Sábado, 02 de novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 20 de maio de 2023
Esposa do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro admitiu ter usado um certificado de vacinação fraudado, e disse que Mauro Cid participou da inserção dos dados falsos. Gabriela Cid prestou depoimento à Polícia Federal.
Gabriela Santiago Ribeiro Cid ficou cerca de duas horas e meia na sede da PF, em Brasília. Segundo investigadores, Gabriela Cid confirmou que usou o documento de vacinação falsificado em nome dela, e que o marido, Mauro Cid, participou da inserção de dados falsos. A polícia apreendeu o cartão no início de maio, dia da operação que levou à prisão Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.
Procedimento
No depoimento, Gabriela Cid respondeu que não sabe informar como foi realizada a inserção dos dados falsos. Ela também foi questionada sobre a suposta participação do ex-major do Exército Ailton Barros, que, segundo a polícia, agiu para conseguir a inserção no sistema das doses falsas de vacina em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Indagada como Ailton Barros encaminhou o documento falsificado com as doses de vacina contra a covid em nome dela, respondeu que não se recorda, mas que só poderia ter sido encaminhado por meio de Mauro Cesar Cid.
A polícia também perguntou se ela sabia que constava no sistema do Ministério da Saúde o registro falso de doses de vacinas; respondeu que tem ciência apenas por matérias publicadas na imprensa. Indagada se emitiu o certificado de vacinação contra a Covid-19 com os dados falsos de vacinação no aplicativo do ConecteSUS, respondeu que não se recorda de ter emitido o certificado.
Depoimentos
Na quinta-feira (18), o tenente-coronel Mauro Cid ficou em silêncio durante o depoimento à Polícia Federal. Os investigadores queriam saber detalhes sobre os comprovantes falsos de vacinação dele, da mulher, Gabriela, e as duas filhas. Também sobre a inserção e exclusão de dados falsos de vacinação para o então presidente Bolsonaro e para a filha dele.
O tenente-coronel está preso preventivamente desde 3 de maio. A defesa pretende adotar uma postura colaborativa para encurtar a temporada na prisão. O objetivo é tentar conseguir autorização para que Mauro Cid aguarde a conclusão das investigações em liberdade.
Em depoimento, na última terça-feira, o ex-presidente negou ter conhecimento da inserção de dados falsos de vacinação em seu nome e no de familiares. Ele também afirmou não ter determinado a inclusão das informações nos sistemas de saúde por não ter motivos para isso e disse não acreditar que Mauro Cid tenha arquitetado o esquema criminoso.