Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Mulheres deixam de ser maioria no Parlamento islandês após recontagem dos votos

A Islândia parecia ter se tornado o primeiro país da Europa com maioria de mulheres no Parlamento, mas após uma recontagem dos resultados finais da votação, passaram a representar neste domingo (26) menos de 50% do plenário, informou uma autoridade eleitoral à AFP.

Após esta nova recontagem, que modificou os resultados em uma das seis circunscrições do país, três mulheres e a parte das deputadas no novo Parlamento caiu de 33 a 30, explicou à AFP Ingi Tryggvason, presidente da comissão eleitoral local.

As negociações para a formação de uma coalizão são tradicionalmente longas na Islândia. A boa notícia proveniente das urnas é que o país se afasta de um cenário de bloqueio político. Nunca, desde a falência dos bancos islandeses durante a crise financeira de 2008 e a grave crise que se seguiu, um governo islandês em fim de mandato conseguiu manter a maioria no Parlamento. É preciso retornar a 2003 para encontrar um precedente.

As discussões entre os três líderes partidários e a questão do futuro ocupante de Stjornarradid, a modesta casa branca que sedia os chefes de governo islandeses, necessariamente surgirá, de acordo com analistas.

“Dado o declínio que estamos vendo, os verdes podem ter que reavaliar sua posição no governo”, diz Eva Önnudóttir, professora de ciência política da Universidade da Islândia.

Desde 2017, a primeira-ministra Katrin Jakobsdottir tornou os impostos mais progressivos, investiu na habitação social e aumentou a licença parental. Sua gestão da epidemia de Covid-19 foi elogiada, com apenas 33 mortes no país. Mas para salvar a surpreendente coalizão de esquerda e direita, ela teve de desistir de alguns projetos, como a promessa de criar um parque nacional no centro do país.

O atual governo marcou o retorno da estabilidade política na Islândia. Esta é apenas a segunda vez, desde a crise financeira de 2008 que arruinou bancos e muitos islandeses, que uma equipe conclui seu mandato. Entre 2007 e 2017, a Islândia teve cinco eleições.

Alemanha

O Partido Social-Democrata (SPD) venceu por margem estreita as eleições gerais deste domingo (26) na Alemanha, as primeiras depois do anúncio da aposentadoria da chanceler Angela Merkel, de acordo com projeções baseadas na apuração dos votos.

A sigla, agora a mais cotada para liderar o país pelos próximos anos, teve um avanço considerável em relação às eleições de 2017, ao mesmo tempo em que a União Democrata Cristã (CDU), de Merkel, sofreu uma dura derrota.

Ainda assim, com o resultado mostrando um Parlamento fragmentado entre várias siglas, tanto o SPD quanto os conservadores da CDU reivindicaram liderar a nova coalizão de governo, que provavelmente precisará de três partidos para chegar à maioria parlamentar.

Os ambientalistas de Os Verdes e o Partido Democrático Liberal (FDP), que tiveram respectivamente a terceira e e a quarta maiores votações, serão os fiéis da balança nas negociações.

Pelas projeções das redes ARD e ZDF, o SPD obteve entre 25,9% e 26% dos votos, cerca de cinco pontos percentuais a mais do que na eleição anterior, em 2017. Já a CDU, com entre 24,1% e 24,5%, perdeu mais de oito pontos percentuais em comparação com cinco anos atrás.

Os Verdes terão entre 13,9% e 14,7%, com um crescimento de mais de cinco pontos, e os liberais do Partido Democrático Liberal (FDP) também cresceram, cerca de um ponto, devendo chegar a 11,7% dos votos.

Já a extrema direita da Alternativa para a Alemanha (AfD) teve entre 10,4% e 10,5%, perdendo dois pontos percentuais. No oposto do espectro político, A Esquerda, com 5% dos votos, perdeu 4,2 pontos e ainda corre o risco de não superar a cláusula de barreira para entrar no Parlamento — na última projeção da rede ARD, ela já aparece com 4,9%, 0,1 ponto percentual abaixo do limite.

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