Sábado, 20 de abril de 2024

Nova tecnologia 5G abre espaço para empregos do futuro e deve gerar 670 mil novas vagas no Brasil; veja o que as empresas procuram

A chegada do 5G vai traçar um novo mapa de empregos no País e exigir novas habilidades profissionais. Esse movimento já começou com a instalação das redes da quinta geração de telefonia — que começa a operar nas capitais no segundo semestre — e vai ganhar força nos próximos anos, impulsionando profissões que não existiam há pouco tempo.

É o que mostram estimativas da Conexis, que reúne empresas de telecom, e da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom).

A expectativa é que cerca de 50 mil novos empregos formais sejam abertos neste ano somente nas empresas de telefonia, um aumento de 10% nos seus quadros. Considerando os investimentos de companhias de diversos setores relacionados ao 5G em diferentes aplicações da nova tecnologia, o número de vagas pode superar 670 mil até 2025.

Não vão surfar essa onda apenas os profissionais de TI e engenheiros. Especialistas em dados, inteligência artificial, impressão 3D e segurança da informação serão alguns dos trabalhadores mais procurados, mas também haverá transformações e oportunidades em áreas distintas como indústria, marketing, vendas, gestão, agronomia e medicina.

O número de empregos pode ser ainda maior considerada a movimentação de empresas para contratar profissionais voltados para a inovação no universo de alta conectividade prometido pelo 5G, que já trabalham no desenvolvimento de produtos e serviços que ainda nem existem. Diferentes profissionais terão de desenvolver habilidades, como uma espécie de “raciocínio computacional”.

‘Insights’

Instituições como Fundação Getulio Vargas, PUC-Rio, ESPM e SoulCode Academy já desenvolvem especializações relacionadas ao 5G. Marcos Ferrari, presidente da Conexis, vê esses novos profissionais com aptidões transversais, como ter insights e raciocínio rápido para resolução de problemas em diferentes áreas e “desaprender e reaprender”. “Pode parecer fácil, mas estamos habituados a aprender o que vemos e ouvimos. No 5G isso é preciso desaprender e reaprender muito rápido”, explica.

Especialistas e empresas destacam que temas como inteligência artificial, machine learning, dados (big data), banco de dados, algoritmos e internet das coisas (IoT, na sigla em inglês) farão parte do dia a dia de profissionais como médicos, advogados, arquitetos e publicitários, entre outros. Isso, dizem, será essencial para entender, desenvolver e vender os novos serviços e aplicações do 5G de forma atrativa.

“Esse profissional do futuro vai ter que ser um programador, lidar com robôs e sistemas de medição. A competência básica é saber lidar com dispositivos digitais. Todos vão ter que se inserir nessa área e desenvolver uma espécie de raciocínio computacional”, define Sérgio Paulo Gallindo, presidente da Brasscom.

Raphael Carriço, gerente da divisão de Tecnologia da Michael Page, lembra que nem todas as novas posições são técnicas, como as de engenheiro de rede e de telecom, com salários entre R$ 5 mil e R$ 15 mil.

Ele cita o product owner, com salários de R$ 8 mil a R$ 12 mil, como uma dessas novas profissões. Trata-se de um especialista com visão geral sobre projetos de desenvolvimento tecnológico sem conhecimento técnico específico.

Outro caso é o gerente de conta, responsável pela estratégia de venda de inovações, com salários entre R$ 7 mil e R$ 15 mil e formação em marketing ou administração, por exemplo.

De olho no potencial dessa nova era, a engenheira Vanessa de Oliveira elegeu o 5G como um dos pilares de sua carreira. Em 2018, iniciou um mestrado na Universidade de Brasília em estratégias de implementação da infraestrutura 5G. Acabou colocando em prática os conhecimentos na Enel, empresa de energia que iniciou um projeto de redes inteligentes que serão viabilizadas pelo 5G.

“Quando decidi fazer mestrado na área, não foi fácil achar conteúdos. Ainda não há muitos grupos de trabalho no País, mas estão avançando. Na Enel, ajudei a trazer ideias e a criar casos de uso. Agora, estou indo para a área de inovação global da empresa”, diz.

A Weg, fabricante de máquinas e motores elétricos, criou um laboratório de 5G numa de suas fábricas para testar soluções de conectividade em parceria com Qualcomm e Claro. Carlos Bastos Grillo, diretor de Negócios Digitais da Weg, crê que o 5G vai substituir Wi-Fi e cabos nas unidades fabris.

“Temos vagas. Queremos atrair engenheiros, além de desenvolvedores de hardware e software. Com o 5G, novos profissionais precisam estar aptos a aprender. O 5G vai permitir mais robôs nas fábricas, maior volume de transmissão de dados e câmeras com visão computacional, permitindo novas aplicações de imagem. E isso tudo exigir novas habilidades”, diz Grillo.

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