Sábado, 19 de abril de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 6 de fevereiro de 2022
A Nova Zelândia planeja reabrir totalmente suas fronteiras a partir de outubro deste ano, de acordo com um plano anunciado nesta semana pela primeira-ministra, Jacinda Ardern, para aliviar cautelosamente as restrições de entrada impostas pela pandemia.
“Famílias e amigos precisam se reencontrar, nossos negócios precisam de talento para crescer, exportadores precisam viajar para estabelecer novas conexões”, declarou Ardern ao apresentar seu plano de reabertura em cinco fases.
De acordo com este programa, os neozelandeses na Austrália poderão retornar a partir de 27 de fevereiro sem quarentena em um hotel, mas tendo que se isolar em casa por 10 dias. Duas semanas depois, todos os seus cidadãos no exterior poderão entrar no país.
A quarentena será progressivamente levantada para imigrantes qualificados, estudantes internacionais, australianos e, finalmente, em outubro, para todos os estrangeiros vacinados.
Até agora, a Nova Zelândia permitia entradas aos poucos, com apenas 800 leitos disponíveis por mês para quarentenas obrigatórias em hotéis, e que geralmente estão em alta demanda.
Nesta período de pandemia, surgiram muitas histórias de neozelandeses expatriados que não puderam retornar para funerais de parentes ou dar à luz em seu país.
Exemplo
Com 5 milhões de habitantes, a Nova Zelândia registrou apenas 50 mortes por Covid em dois anos. O sucesso dos neozelandeses e da primeira-ministra Jacinda Ardern na pandemia virou tema de um livro organizado pelo cientista político Stephen Levine.
Em entrevista, Levine, autor de “Política na Pandemia: Jacinda Ardern e a Eleição de 2020 na Nova Zelândia”, comentou as políticas do país que poderiam servir de inspiração para o mundo.
“A experiência da Nova Zelândia mostra que é possível conter, controlar e derrotar o vírus. Certa vez, o governo decretou um lockdown de emergência depois que um viajante vindo da Austrália testou positivo para a Covid. O caso virou piada no resto do mundo. Diziam que o país estava reagindo de forma muito dramática com apenas um único caso noticiado. Mas dentro da Nova Zelândia não houve zombaria”, disse.
“As pessoas entenderam que o governo estava respondendo de forma rápida e ampla, cercando a Covid-19 antes que ela pudesse se espalhar. Essa abordagem mostrou que, para o governo, a vida dos neozelandeses era a prioridade.”
Casamento cancelado
Recentemente, a primeira-ministra Jacinda decidiu cancelar seu casamento por causa da variante ômicron. O país estabeleceu medidas obrigatórias ao uso de máscara e decidiu limitar os encontros, depois que nove casos de infecção pela nova cepa foram registrados, após um casamento, como contaminação comunitária nas ilhas do Norte e do Sul.
Uma família voltou de avião a Nelson, na ilha Sul da Nova Zelândia, após participar de um um casamento e outros eventos em Auckland, na ilha Norte. A família e um comissário de bordo realizaram testes que comprovaram a infecção.
Os ambientes internos, como bares e restaurantes, e eventos como casamentos estavam com limite máximo de 100 pessoas. O limite era reduzido para 25 pessoas se os locais não estivessem cobrando passes de vacinação.
Cerca de 94% da população da Nova Zelândia com mais de 12 anos estão totalmente vacinados, e cerca de 56% das pessoas elegíveis já receberam doses de reforço.