Domingo, 02 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 1 de novembro de 2025
O crescimento do radicalismo no Brasil, tentativas de invasão à Câmara e até um ataque suicida na frente do Supremo Tribunal Federal (STF) devem provocar mudanças profundas na segurança do Congresso Nacional.
Na última quinta-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse que pretende – ao lado do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AL) – reformular a estrutura de segurança e acesso ao Congresso.
Os chefes das duas Casas dizem que há preocupações de parlamentares e funcionários com a segurança. As mudanças serão apresentadas até o final deste ano, em texto que está sendo elaborado pelos setores de engenharia e segurança do Legislativo.
Motta relatou que a Câmara barrou a entrada de estudantes que visitaram a Casa com um canivete e uma máquina de choque. “Isso nos preocupou bastante”, disse.
No final do ano passado, um homem foi preso na Câmara após tentar entrar nas dependências da Casa com 30 munições para pistola.
Um mês antes desse incidente, Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiü França, realizou um ataque suicida com uma bomba na frente do prédio do Supremo Tribunal Federal (STF). Horas antes desse ataque, Tiü França visitou o prédio da Câmara.
“Temos vivido tempos de muito radicalismo, incidentes que têm se repetido”.
Motta também manifestou preocupação com o crescimento do radicalismo no Brasil. “Temos vivido tempos de muito radicalismo, incidentes que têm se repetido”, afirmou.
Motta conversou com Alcolumbre para planejar mudanças na estrutura da segurança. Alcolumbre manifestou o desejo de fazer a alteração.
“Está na hora de debatermos esse aparato da infraestrutura do Congresso para reorganizarmos a entrada e chegada das pessoas nas duas rampas da chapelaria. Já houve o episódio em que uma pessoa tentou invadir o Congresso com um veículo”, declarou Alcolumbre durante a sessão.
Ele citou tecnologias como reconhecimento facial, controles maiores de fluxo na chapelaria (entrada principal do Congresso) e melhoria dos equipamentos de raio-x. “O que mais tiver de mais moderno. Vamos iniciar esse estudo. (…) Vamos envolver todos os órgãos de patrimônio, Iphan, engenharia, arquitetura das duas Casas”, disse.
Alcolumbre também criticou as ofensas ao senador Eduardo Braga (MDB-AM) nos corredores do Senado. Braga foi abordado por um homem que criticava seu relatório à medida provisória 1.304/2025, com mudanças no setor elétrico.
Durante a abordagem, o homem colocou o celular no rosto de Braga e afirmou que as mudanças fariam pessoas perderem o emprego. Alcolumbre chamou o episódio de “ato covarde”. Motta também lamentou o incidente, que disse ser inadmissível.
A Câmara aprovou um projeto de resolução que atualiza as atribuições do Departamento de Polícia Legislativa Federal da Câmara e ordena as etapas de concurso público na carreira de policial legislativo. Com informações do portal Estadão.