Sexta-feira, 26 de abril de 2024

Oceanos receberam quase 26 mil toneladas de “lixo covid” desde início da pandemia

Com o imenso salto na demanda por equipamentos sanitários, médicos e de segurança, a pandemia acabou se tornando também uma tragédia de grande impacto ambiental: se o uso e despejo de itens de plástico descartável já antes era uma emergência global, o uso de máscaras, luvas e outros itens de proteção contra a COVID-19 fez a situação disparar ainda mais.

Intitulado “Magnitude e impacto do desperdício de plástico associado à pandemia” (em tradução livre), um novo estudo publicado recentemente buscou medir a dimensão do impacto ambiental provocado pelo despejo de plástico a partir do uso desses equipamentos de segurança.

“Lixo covid”

Segundo o estudo, realizado por pesquisadores da Universidade de Nanjing, na China, desde o início da pandemia foram despejados cerca de 8,4 milhões de toneladas de lixo plástico ligados à pandemia em 193 países, dos quais de 25.900 toneladas de plástico geradas diretamente pela pandemia através do uso desses equipamentos foram lançadas aos oceanos.

Para se ter uma dimensão concreta do tamanho desse despejo, o peso é equivalente a mais de 2 mil ônibus de dois andares sendo lançados aos oceanos, em comparação levantada por reportagem do jornal The Guardian.

De acordo com o levantamento, 87,4% desses despejos vieram de hospitais, com 7,6% de uso individual, 4,7% de embalagens, e 0,3% de kits para testagem.

A origem é principalmente asiática, com 46% do plástico vindo do continente, e 24% da Europa, 16% da América do Sul, 8% da África, e 6% da América do Norte. “Isso estabelece um problema a longo prazo para o ambiente dos oceanos, se acumulando principalmente nas praias e sedimentos costeiros”, diz a pesquisa, que clama por uma “gerência melhor dos despejos médicos nos epicentros da pandemia, especialmente nos países em desenvolvimento”.

Além de agravar o já existente e grave problema do uso e despejo de plástico não reaproveitável, os cientistas lembram o caminho desse impacto negativo pelos mares a partir da pandemia.

“Os plásticos lançados podem ser transportados por longas distâncias nos oceanos, encontrar a vida marinha, e potencialmente causar males ou mesmo mortes”, afirmaram Yiming Peng e Peipei Wu da, Universidade de Nanjing University, e autores do estudo. Os cálculos do levantamento sugerem que, até o fim do século, quase todo o plástico produzido por conta da pandemia acabará no solo oceânico (28,8%) e principalmente nas praias (70,5%).

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