Domingo, 13 de julho de 2025

Ofensiva contra os institutos de pesquisa acelera no Congresso

Deputados aliados ao governo protocolaram um pedido de instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara para investigar os institutos de pesquisas. O pedido tem como autores os deputados federais Carlos Jordy (PL-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Eles alegam haver “uso político dos institutos de pesquisas eleitorais a fim de influenciar o resultado das eleições em favor de determinados candidatos, partidos ou espectro político”. O documento colheu assinaturas de 179 deputados, a maioria de partidos aliados ao presidente Jair Bolsonaro (PL), como PP e Republicanos. Há também assinaturas de parlamentares do Novo, MDB, PSC, União Brasil e PDT.

“O que chama a atenção é que as pesquisas, em sua esmagadora maioria, tendem a influenciar o voto em favor de determinados candidatos, partidos ou espectro político, pois que os resultados eleitorais mostram que a ‘margem de (suposto) erro’ sempre favorece ao mesmo grupo, como será demonstrado. E isso pode denotar que o solicitante compra da empresa de pesquisa um resultado”, diz o documento.

Serão investigadas as pesquisas a partir do ano de 2014 até as eleições de 2022. Entram na investigação os pleitos para prefeito, governador, senador e presidente da República.

Os institutos de pesquisa se tornaram alvo de questionamentos da base governista após o primeiro turno das eleições, por causa da diferença entre os resultados das urnas e as projeções para a disputa presidencial feitas nos dias que antecederam o pleito. Contrastes também foram observados nas disputas estaduais.

Para a instauração de uma CPI é necessário, no mínimo, 171 assinaturas. Agora, cabe ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), analisar o pedido. Ele já indicou que daria andamento à instalação da CPI se os pré-requisitos fossem preenchidos.

O regimento da Câmara estabelece prazo de 120 dias, prorrogável por mais 60, mediante deliberação do plenário, para a conclusão dos trabalhos de uma CPI.

Senado

O Senado também tem um pedido de abertura de CPI para investigar institutos de pesquisas eleitorais com as assinaturas necessárias. No entanto, ainda não há previsão de o requerimento ser lido em plenário pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

O requerimento foi apresentado pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES) e conta com o apoio de outros 29 senadores. Seis desses estão em final de mandato, e outros quatro são suplentes que estão substituindo temporariamente os titulares. Também há dois senadores que disputam o segundo turno nas eleições de seus estados e, se vencerem, deixarão o Senado. Caso o requerimento não seja lido antes das partidas desses senadores, as assinaturas deles não poderão ser consideradas para a contagem de quórum. A CPI precisa de 27 assinaturas válidas para ser criada.

Se o requerimento for lido com as assinaturas que tem hoje, a CPI só poderá funcionar até o final de janeiro, quando a atual legislatura chega ao fim. De acordo com o Regimento Interno do Senado, o trabalho de uma CPI não pode ultrapassar a legislatura em que ela foi criada.

Institutos

Após o primeiro turno, os dois principais institutos de pesquisa do País – Ipec e Datafolha – deram uma explicação parecida para o que aconteceu. Segundo eles, a própria divulgação das pesquisas indicando a possibilidade de vitória de Lula no primeiro turno pode ter feito que os eleitores de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) que votariam em Jair Bolsonaro no segundo turno antecipassem suas escolhas para o primeiro. Ou seja, a informação fornecida pelas pesquisas ajudou os eleitores a fazerem suas escolhas na última hora.

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