Sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Operação mira grupo criminoso da Serra Gaúcha que movimentou R$ 55 bilhões em criptomoedas

A Polícia Federal, com o apoio da Receita Federal, deflagrou nesta semana a operação “Niflheim’, com o objetivo de desarticular três grupos criminosos que atuam no mercado de criptomoedas. Foram cumpridos mandados de prisão e ordens judiciais de busca e apreensão em Caxias do Sul (Serra Gaúcha), além das cidades de São Paulo, Brasília e Fortaleza (CE).

Cerca de 130 policiais federais e 20 servidores da Receita Federal foram mobilizados. A Justiça Federal também determinou o bloqueio de valores em contas bancárias e criptoativos dos investigados, em um montante superior a R$ 9 bilhões, além do arresto de imóveis e veículos.

Investigações iniciadas em setembro de 2021 apontaram que o esquema envolve lavagem de dinheiro e envio de divisas ao Exterior, tendo como principais destinos os Estados Unidos, Emirados Árabes, China e Hong Kong. Também se configuram crimes contra o sistema financeiro nacional e a ordem tributária, falsidade ideológica, associação e organização criminosa.

Desde então, constatou-se que a atuação dos grupos criminosos contempla diversas camadas de operações financeiras. A partir da origem ilícita do recurso, principalmente de clientes que incluem contrabandistas e traficantes de drogas, os investigados utilizam empresas de fachada e de outros mecanismos para dificultar as autoridades a rastrearem o dinheiro de origem ilícita.

Ao receber os valores, os grupos se encarregariam do envio dos recursos para o exterior por meio de criptoativos. Desde o começo da investigação, que completa agora três anos, os grupos teriam movimentado R$ 55 bilhões.

Os três grupos alvo da Operação Niflheim atuam de forma organizada e mantêm relações entre si. Ao final da investigação, conforme as informações coletadas, poderão ser considerados como uma única organização criminosa, atuante a partir da cidade de Caxias do Sul e da cidade de Orlando, no Estado norte-americano da Flórida.

Mandados expedidos

– Caxias do Sul: 5 mandados de prisão e 10 de busca e apreensão.

– São Paulo: 3 mandados de prisão e 4 de busca e apreensão.

– Fortaleza: 4 mandados de busca e apreensão.

– Brasília: 1 mandado de busca e apreensão.

O que são criptomoedas

A criptomoeda refere-se a qualquer forma de moeda que existe digital ou virtualmente e usa criptografia para garantir a realização de transações. As criptomoedas não têm uma autoridade central de emissão ou regulação: em vez disso, têm por base um sistema descentralizado para registrar transações e emitir novas unidades.

Trata-se de um sistema que não depende de bancos para verificar e confirmar transações. Com isso, qualquer pessoa pode enviar e receber pagamentos de qualquer lugar. Em vez do dinheiro físico transportado e trocado no mundo real, os pagamentos por meio da modalidade existem unicamente como valores digitais em um banco de dados online que documenta as transações específicas.

Ao transferir fundos, as transações são registradas em um livro contábil público. Esse “dinheiro virtual” é armazenada em carteiras digitais. A criptomoeda tem esse nome porque usa o recurso de criptografia para verificar as transações, com segurança e proteção.

A primeira criptomoeda foi o Bitcoin, criada em 2009 e ainda hoje a mais conhecida. Grande parte do interesse nesse tipo de sistema é a negociação de mercado visando o lucro, com especuladores às vezes impulsionando os preços. Criminosos também recorrem à modalidade, devido à maior dificuldade de rastreamento, em comparação a outras formas mais tradicionais.

(Marcello Campos)

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