Quinta-feira, 28 de março de 2024

Partido líder nas pesquisas eleitorais da Itália quer venda da TIM no Brasil

A TIM Brasil entrou na mira do partido político de direita Fratelli d’Italia, que está na liderança das pesquisas para formação de um novo governo no país onde a empresa tem sede. O partido tem a intenção de fechar o capital da Telecom Italia (controladora da TIM) e vender a unidade brasileira para pagar dívidas do grupo.

A Telecom Italia está passando por um duro processo de reestruturação que prevê a demissão de 9 mil dos 42,5 mil funcionários e a venda de ativos na tentativa de enxugar a dívida total do grupo, de 22 bilhões de euros. A proposta partiu do atual CEO, Pietro Labriola, que deixou a presidência da TIM Brasil no começo deste ano para assumir a liderança da matriz, com a tarefa de colocar a casa em ordem.

A previsão de demissões em massa pegou mal na Itália e veio à tona em um momento de renovação de governo, servindo de combustível para discursos de tom nacionalista. Por que reduzir o negócio no país europeu se seria possível vender a operação brasileira para ajudar a pagar a dívida?

Acionista

A Telecom Italia é uma gigante na economia italiana. Ela é controlada pela francesa Vivendi (23,8%), mas o governo italiano segue no quadro de acionistas por meio do banco estatal Cassa Depositi e Prestiti, ou CDP(9,8%). Curiosamente, o plano do Fratelli d’Italia também passa por um fechamento de capital encabeçado pelo CDP e retirada da Telecom Italia da Bolsa, em um movimento de forte intervenção do governo na empresa – algo que costuma contrariar o discurso dos partidos de direita.

Por ora, a venda da TIM Brasil não passa de uma intenção de parte da ala política, porém com potencial de ganhar força dependendo do desempenho do Fratelli d’Italia nas eleições locais do próximo mês. Procurada, a Telecom Italia não se manifestou sobre o assunto. Na TIM Brasil, o alto escalão trata o tema como especulação.

Reestruturação 

O que há na mesa, de fato, é o plano de reestruturação apresentado por Labriola. Ele prevê a separação de ativos da Telecom Italia em dois braços de negócios, sendo um de infraestrutura e outro de serviços. O braço de infraestrutura (NetCo) englobará as redes de fibra ótica e prevê a atração de um sócio. Aos olhos da ala nacionalista italiana, esse é um ativo estratégico para garantir a soberania do país em telecomunicações e não poderia ser alienado.

O outro braço de negócios abrangerá os serviços fixos e móveis no varejo, além de trabalhar junto a pequenas e médias empresas (ServiceCo). É aí que ficará a TIM Brasil. Na ocasião, o grupo publicou um comunicado informando que o plano de reestruturação não implicava em quaisquer modificações de “escopo, estratégia e gestão” para a unidade brasileira.

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