Sábado, 14 de dezembro de 2024

Polícia Federal indicia Bolsonaro, seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid e um deputado por falsificação de certificado de vacina

A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema da Saúde após investigação do esquema de falsificação de certificados de vacina da covid.

Além de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, que era seu principal ajudante de ordens, e o deputado federal Gutemberg Reis (MDB) também integram a lista de indiciados pelos dois crimes. Contra Cid pesa ainda a acusação pelo crime de uso de documento falso.

Com o indiciamento, Bolsonaro e os demais envolvidos figuram oficialmente como investigados no inquérito. Cabe agora ao Ministério Público prosseguir com a denúncia ou arquivar o caso.

Os crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistemas públicos de informações, pelos quais Bolsonaro foi indiciado, têm penas somadas de até 15 anos de prisão.

Além de Bolsonaro, Cid e Reis, a lista montada pela PF ainda apontam outras 14 pessoas como parte do esquema e, portanto, indiciados. São eles:

* Gabriela Santiago Cid, esposa da Mauro Cid;

* Luis Marcos dos Reis, sargento do Exército que integrava a equipe de Mauro Cid;

* Farley Vinicius Alcântara, médico que teria emitido cartão falso de vacina para a família de Cid;

* Eduardo Crespo Alves, militar;

* Paulo Sérgio da Costa Ferreira;

* Ailton Gonçalves Barros, ex-major do Exército;

* Marcelo Fernandes Holanda;

* Camila Paulino Alves Soares, enfermeira da prefeitura de Duque de Caxias;

* João Carlos de Sousa Brecha, então secretário de Governo de Duque de Caxias;

* Marcelo Costa Câmara, assessor especial de Bolsonaro;

* Max Guilherme Machado de Moura, assessor e segurança de Bolsonaro;

* Sergio Rocha Cordeiro, assessor e segurança de Bolsonaro;

* Cláudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, servidora de Duque de Caxias;

* Célia Serrano da Silva.

Esquema

As investigações apontam que os dados do cartão de vacinação do ex-presidente, da ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, da filha do casal, Laura Bolsonaro teriam sido fraudados. Mauro Cid, sua esposa e filhos também se beneficiaram do mesmo crime.

A quadrilha, sob a batuta do ajudante de ordens, teria inserido dados falsos sobre a vacinação contra a covid-19 nos sistemas SI-PNI e RNDS, do Ministério da Saúde. Bolsonaro teria ciência dos fatos.

A PF descobriu que o usuário de Bolsonaro no aplicativo ConecteSUS, do Ministério da Saúde, emitiu pelo menos quatro certificados de vacinação fraudulentos em nome ex-presidente. Os documentos foram emitidos um dia após a inserção dos dados falsos no sistema.

Dias depois da emissão, Bolsonaro e sua família viajaram para Orlando, nos Estados Unidos, onde a comprovação da vacinação era obrigatória para a entrada no país. Os cartões de vacina foram posteriormente apagados.

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