Sábado, 14 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 19 de março de 2024
A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema da Saúde após investigação do esquema de falsificação de certificados de vacina da covid.
Além de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, que era seu principal ajudante de ordens, e o deputado federal Gutemberg Reis (MDB) também integram a lista de indiciados pelos dois crimes. Contra Cid pesa ainda a acusação pelo crime de uso de documento falso.
Com o indiciamento, Bolsonaro e os demais envolvidos figuram oficialmente como investigados no inquérito. Cabe agora ao Ministério Público prosseguir com a denúncia ou arquivar o caso.
Os crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistemas públicos de informações, pelos quais Bolsonaro foi indiciado, têm penas somadas de até 15 anos de prisão.
Além de Bolsonaro, Cid e Reis, a lista montada pela PF ainda apontam outras 14 pessoas como parte do esquema e, portanto, indiciados. São eles:
* Gabriela Santiago Cid, esposa da Mauro Cid;
* Luis Marcos dos Reis, sargento do Exército que integrava a equipe de Mauro Cid;
* Farley Vinicius Alcântara, médico que teria emitido cartão falso de vacina para a família de Cid;
* Eduardo Crespo Alves, militar;
* Paulo Sérgio da Costa Ferreira;
* Ailton Gonçalves Barros, ex-major do Exército;
* Marcelo Fernandes Holanda;
* Camila Paulino Alves Soares, enfermeira da prefeitura de Duque de Caxias;
* João Carlos de Sousa Brecha, então secretário de Governo de Duque de Caxias;
* Marcelo Costa Câmara, assessor especial de Bolsonaro;
* Max Guilherme Machado de Moura, assessor e segurança de Bolsonaro;
* Sergio Rocha Cordeiro, assessor e segurança de Bolsonaro;
* Cláudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, servidora de Duque de Caxias;
* Célia Serrano da Silva.
Esquema
As investigações apontam que os dados do cartão de vacinação do ex-presidente, da ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, da filha do casal, Laura Bolsonaro teriam sido fraudados. Mauro Cid, sua esposa e filhos também se beneficiaram do mesmo crime.
A quadrilha, sob a batuta do ajudante de ordens, teria inserido dados falsos sobre a vacinação contra a covid-19 nos sistemas SI-PNI e RNDS, do Ministério da Saúde. Bolsonaro teria ciência dos fatos.
A PF descobriu que o usuário de Bolsonaro no aplicativo ConecteSUS, do Ministério da Saúde, emitiu pelo menos quatro certificados de vacinação fraudulentos em nome ex-presidente. Os documentos foram emitidos um dia após a inserção dos dados falsos no sistema.
Dias depois da emissão, Bolsonaro e sua família viajaram para Orlando, nos Estados Unidos, onde a comprovação da vacinação era obrigatória para a entrada no país. Os cartões de vacina foram posteriormente apagados.