Quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Preparadora de artistas americana Ivana Chubbuck lamenta que redes sociais estimulem busca por sucesso

Há 20 anos, Halle Berry subiu ao palco do Kodak Theater, em Los Angeles, para agradecer pelo Oscar de melhor atriz – o primeiro dado a uma mulher negra – e dedicou algumas palavras a Ivana Chubbuck. “Não teria descoberto quem era essa personagem sem você”, disse Halle para a mulher que a ajudou a achar o tom da interpretação de Leticia, protagonista de “A última ceia”.

Há quatro décadas, a preparadora de atores americana, de 69 anos, tem ouvido continuamente esse tipo de agradecimento. Vem de gente como Charlize Theron (aluna na época de “Monster”, que lhe rendeu um Oscar em 2004), Beyoncé (em 2006, para “Dreamgirls”) e Sylvester Stallone (por “Creed”, de 2015). E de artistas menos famosos ou até aspirantes, que frequentam suas aulas pelo mundo, como as que acontecerá nesta sexta-feira (3), no Teatro Cesgranrio, no Rio Comprido, no Rio.

Ivana diz que a chamada Técnica Chubbuck consiste em trabalhar traumas, medos e paixões do ator, quase num processo de cura, para ajudar o personagem a atravessar dificuldades. Dá o exemplo de Stallone, que a procurou para “Creed”, filme que marcou a volta de Rocky, o lutador.

“Conseguimos uma ótima performance. E, mais importante, o ajudamos a superar algo realmente traumático”, diz Ivana, que já deu aulas para brasileiros como Reynaldo Gianecchini e Agatha Moreira.

Stallone confirmou que o processo o ajudou: “Eu consigo falar sobre o assunto agora” , disse ele ao New York Times em 2016.

A americana frisa, no entanto, que nem tudo é um vale de lágrimas: “As pessoas se divertem. Não pensem que ficarão sentadas sofrendo. Mas sim que terão capacidade de mudar e superar o que quiserem”.

Soa como autoajuda, e ela não nega. Seu livro, “O poder do ator”, que reúne os 12 passos da “Técnica Chubbuck”, tem sido usado para este fim: “Muita gente que não é ator fala que meu livro ajuda na vida pessoal”.

Técnica

Foi montando, aos poucos, a Técnica Chubbuck, que efetivamente virou livro em 2006 e expandiu o nome da preparadora para além de Hollywood. A obra, aliás, foi o primeiro passo do trabalho com Beyoncé no filme “Dreamgirls”. Depois, estiveram juntas em “Cadillac records”, em que Bey interpretou a cantora Etta James. A coach destaca o comprometimento da pop-star. Já consagrada na época, ela leu as 400 páginas de “Técnica Chubbuck” em 36 horas, mesmo sem Ivana pedir. “Beyoncé não pensa que é talentosa ou bonita. Ela trabalha muito.”

Noiva de Ray Liotta fala pela primeira vez após a morte do ator: “Ele era tudo no mundo para mim’.

Não é a glória

Ao rodar o mundo, é comum encontrar muita gente que confunde o desejo de atuar com o de ficar famoso. E ela já percebeu o que acontece: “Todas as pessoas que miraram a fama e pelo dinheiro nunca conseguiram. É preciso escolher: você quer ser excelente ou o objetivo é ser famoso? O dinheiro e a glória são bônus”.

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