Terça-feira, 24 de junho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 9 de fevereiro de 2022
Em meio à ofensiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para conseguir o apoio do PSD à sua candidatura à Presidência da República, o ex-prefeito Gilberto Kassab, que comanda o partido, disse que uma aliança com o PT no primeiro turno da eleição “não é impossível”. Ele, contudo, reafirmou que a sigla deve ter candidatura própria ao Palácio do Planalto e reforçou convite ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG).
“Nós temos alguns companheiros que são aliados do PT”, disse Kassab nesta quarta-feira (9), durante evento de filiação do vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos, ao PSD. “Em respeito a esses companheiros, eu não posso dizer que é impossível que a gente tenha uma aliança no primeiro turno. Não posso dizer que a chance não existe, mas posso dizer que é praticamente certo que nós vamos ter uma participação no primeiro turno com candidatura própria.”
Kassab confirmou que teve um encontro com Lula na segunda-feira (7), em São Paulo. De acordo com o ex-prefeito, o convite partiu do petista e a conversa se deu em torno da conjuntura política, mas não envolveu uma possível aliança na eleição.
“Foi uma conversa rotineira. Todos sabem que o PSD e o PT têm uma relação e um diálogo bastante antigo. Esse diálogo continua”, disse Kassab. “O presidente sabe, e o PT sabe, que teremos candidatura própria à Presidência da República. Nós temos a expectativa de estarmos no segundo turno com nosso candidato e, se estivermos, queremos contar com o apoio do PT”, afirmou.
Antes de avançar nas negociações com Lula, Geraldo Alckmin chegou a ser convidado para se filiar ao PSD, mas Kassab queria que ele concorresse ao governo de São Paulo. Lideranças petistas avaliam que ainda há a possibilidade de o ex-tucano migrar para o partido de Kassab, só que para ser vice na chapa petista ao Planalto.
A ideia inicial era que Alckmin se filiasse ao PSB para ser vice de Lula, mas o acordo esbarrou nas dificuldades para se fechar a federação partidária que pode unir PT, PSB e outras legendas de esquerda devido ao impasse entre petistas e socialistas em São Paulo.
Entre petistas também há a avaliação de que o próprio Kassab queria ser vice de Lula, mas teria “perdido o timing” com o avanço das negociações do ex-presidente com Alckmin.
Possibilidades
Gilberto Kassab, afirmou que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), pode ser candidato ao Palácio do Planalto pelo partido, caso o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), decida não entrar na disputa. O gaúcho, que perdeu as prévias tucanas para o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), foi convidado para se filiar ao PSD.
“Pode ser Eduardo Leite, sim. Ele tem condições, tem pré-requisitos para ser candidato, é jovem, é respeitado, já mostrou que tem vontade de ser presidente da República, tem uma aliança com o PSD em seu Estado, o Rio Grande do Sul”, afirmou Kassab.