Quinta-feira, 28 de março de 2024

Presidente dos Estados Unidos anuncia doação de 500 milhões de doses em meio a críticas por reforço

O presidente americano, Joe Biden, anunciou nesta quarta-feira (22), que os EUA estão comprando mais 500 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 da Pfizer para serem doadas aos países de baixa renda. Os planos de compra, antecipados na terça-feira pela Bloomberg, elevarão a 1,1 bilhão o total de vacinas que os EUA planejam doar. Ao mesmo tempo, o país se mobiliza para distribuir doses de reforço a milhões de americanos totalmente inoculados.

Ao presidir cúpula virtual sobre a escassez de vacinas em países mais pobres, Biden explicou que quase 160 milhões das doses já foram embarcadas e 200 milhões devem sair até o fim do ano. Segundo funcionários do governo, as 800 milhões restantes serão enviadas até setembro do ano que vem.

Biden instou outros líderes mundiais, executivos farmacêuticos, filantropos e organizações da sociedade civil a se unirem para formar um consenso global em torno de um plano de combate à crise do coronavírus. O governo da Itália também aproveitou a cúpula desta quarta-feira para informar que o país doará 45 milhões de doses de vacinas até o final do ano.

A cúpula presidida por Biden foi uma tentativa de afastar as críticas ao plano de vacinação de reforço dos EUA, que vai aplicar a terceira dose em milhões de adultos americanos enquanto muitas nações lutam para garantir a primeira dose às suas populações. Embora os EUA tenham doado mais vacinas do que qualquer outro país, de acordo com dados do Unicef, a política de reforço poderá pressionar outros países a seguirem o exemplo, exacerbando ainda mais as desigualdades globais.

“É como se você e eu tivéssemos um colete salva-vidas e eles estivessem nos jogando mais um ou dois, quando mais da metade do planeta não tem nenhum”, disse Tom Hart, presidente-executivo interino da campanha ONE, que defende a exportação de vacinas para nações de baixa renda. “Não é apenas ultrajante em termos morais, também não faz nenhum sentido em termos epidemiológicos”, disse ele. “A melhor maneira de proteger os americanos é extinguir o fogo nos outros lugares o mais rápido possível.”

A equipe de Biden, falando em um briefing privado na semana passada, disse que a cúpula de quarta-feira não deve ser um evento de um dia, mas sim o início de um processo de um mês para definir metas de vacinação internacionais claras e caminhos para alcançá-las, disseram pessoas familiarizadas com o tema.

Em uma audiência na sexta-feira, os cientistas da FDA (Food and Drug Administration) reconheceram a crescente pressão política em torno do plano de reforço. Peter Marks, diretor do Centro de Avaliação e Pesquisa Biológica da FDA, começou a audiência pedindo ao painel que se concentrasse na ciência das vacinas de reforço, sem desviar para “questões relacionadas à igualdade global das vacinas”.

O painel votou para recomendar reforços da vacina Pfizer/BioNTech para pessoas com 65 anos ou mais, bem como aquelas com condições que as colocam em maior risco de sofrer covid-19 grave. O resultado do painel foi 16 a 2 contra a recomendação de reforços para todos os adultos dos Estados Unidos, como a Pfizer havia solicitado.

A FDA ainda precisará conceder a autorização final. E um painel consultivo externo dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças também fará recomendações detalhadas para o uso de doses de reforço em uma reunião na próxima semana.

Até agora, o país doou e despachou mais de 140 milhões de doses para o exterior. Mas o mundo precisa de bilhões de doses para conter a pandemia – uma meta difícil de atender apenas com doações. Muitos defensores de uma maior equidade global de vacinas dizem que Biden deveria relaxar as proteções legais para fórmulas de vacinas e fazer acordos entre fabricantes e instalações em outros países.

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