Sábado, 18 de outubro de 2025

Presidente interina da Petrobras demite 20 assessores do presidente derrubado nessa semana

A presidente interina da Petrobras, Clarice Coppetti, demitiu 20 funcionários da companhia ligados ao ex-presidente da estatal, Jean Paul Prates, segundo a petroleira em nota.

De acordo com a companhia, as demissões se tratam de um “procedimento padrão”, uma vez que os profissionais destituídos tinham contratos vinculados ao mandato de Prates.

Foram demitidos por Coppetti 20 profissionais, entre consultores e assessores.

A presidente interina da Petrobras assumiu o cargo na quarta-feira (15) após o conselho de administração da companhia aprovar a saída de Prates. O diretor financeiro da Petrobras, Sergio Caetano Leite, também foi demitido na ocasião. O gerente-executivo de finanças, Carlos Alberto Rechelo Neto, exerce o cargo até a eleição de um novo diretor pelo colegiado da estatal.

A petroleira informou que os profissionais que tiveram seus contratos rescindidos eram assessores e consultores de Prates.

“Conforme procedimento padrão da companhia, foram destituídos profissionais cujos contratos de trabalho estavam diretamente vinculados ao mandato do ex-presidente Jean Paul Prates”, informou a companhia. O procedimento é automático, quando cai o presidente, caem os contratos de trabalho ligados a ele.

Além da saída dos assessores e consultores de confiança do ex-presidente, também já deixaram a empresa o diretor financeiro, Sergio Caetano Leite, e o gerente-executivo de Relações Institucionais, João Paulo Madruga. São esperadas outras mudanças na diretoria da petroleira.

Os cargos de confiança e na direção da estatal serão preenchidos por indicações da futura presidente da Petrobras, Magda Chambriard. A executiva deve assumir o comando da estatal em até duas semanas.

Demissão de Prates

Chamado oficialmente pela Petrobras de “pedido de demissão negociado”, Prates foi demitido por Lula na noite de terça-feira (14). Foi o ponto final de uma longa fritura que o ex-senador vinha sofrendo no cargo. A permanência dele era vista como insustentável.

A decisão de demitir Prates já estava sacramentada por Lula há mais de 1 mês. Mas o petista esperou os holofotes da mídia saírem da Petrobras e os ânimos arrefecerem entre Prates e integrantes do governo para fazer o anúncio. Não queria que se tornasse uma crise interna.

Nos bastidores do governo, a leitura é que Prates cavou sua própria cova. Sua gestão já era vista com ressalvas por Lula por motivos como a demora em investimentos estratégicos para o governo, como em fertilizantes e em refinarias.

Tudo piorou depois de 2 episódios:

  • Prates foi contra a orientação inicial do governo de reter 100% dos dividendos extraordinários de 2023. O então CEO se absteve, enquanto os demais conselheiros governistas cumpriram a ordem. Foi chamado de “traidor” por alas da Esplanada;
  • Pressão a Lula – quando Prates fez chegar a mídia por intermédio dos seus interlocutores uma espécie de ultimato a Lula para que atuasse em seu favor na fritura interna que sofria no governo. O gesto foi lido no meio político como um amadorismo do ex-senador.

Esses episódios foram a gota d’água para Lula perder a confiança no presidente da Petrobras. O Planalto esperou para encontrar um novo nome de confiança, que tivesse aceitação de setores do governo e alguma experiência no mercado de óleo e gás. Achou Magda Chambriard. E assim a demissão de Jean Paul Prates foi selada, ao tempo de Lula.

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