Sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Projeto que altera representação dos Estados na Câmara pode ser destravado ainda em 2024

Uma mudança do número de parlamentares que representam cada Estado na Câmara dos Deputados pode ser destrava e ficar pronta para o plenário da Câmara Federal ainda em 2024. O Projeto de Lei Complementar nº 148/2023, de Rafael Pezenti (MDB-SC), propõe que a divisão seja atualizada de acordo os dados do Censo 2022 – hoje, prevalece a divisão com base no Censo de 1991. Caso aprovado, alguns Estados ganhariam até quatro representantes, como Santa Catarina. Outros perderiam como é o caso de Alagoas, do atual presidente Arthur Lira (PP), que teria redução de uma cadeira. O total, de 513 parlamentares, é fixo.

A decisão pode antecipar um fato já consumado. Em agosto, o STF formou maioria para obrigar o Parlamento a atualizar a proporcionalidade da representação no Legislativo. O Congresso tem até 30 de junho de 2025 para responder à exigência, data a partir da qual o TSE terá autonomia para aplicar as mudanças.

Segundo o autor, o projeto vinha sofrendo uma “barrigada” por parte do então relator, Danilo Forte (União-CE), que não apresentou seu voto. O Ceará, que Forte representa, ganharia uma cadeira. Mas ele teria entrado em uma “saia justa”, nas palavras de Pezenti, sofrendo “pressão de outros estados do Nordeste”. Alagoas, Bahia, Paraíba, Pernambuco e Piauí vão perder, juntos, 8 deputados. As regiões Centro-Sul e Sul serão as maiores beneficiadas. A assessoria de Danilo Forte, por sua vez, negou que houvesse qualquer pressão e afirmou que o parlamentar queria realizar mais estudos sobre o tema, mas outros assuntos se mostraram mais urgentes, o que o levou a abrir mão da relatoria.

Uma articulação entre Pezenti, Caroline de Toni (PL-SC) e deputado Capitão Alberto Neto (PL-AM) fez com que o último se tornasse, desde esta terça-feira (12), o novo relator. Neto teria se comprometido a apresentar o voto ainda em 2024. O tema constava na pauta da sessão do CCJ dessa quarta-feira (13), mas não foi analisado em razão do tempo curto para elaboração do parecer.

Segundo as previsões do autor do texto, a votação no CCJ não passará de dezembro, mesmo com eventuais oposições ao projeto. “Existe uma reclamação, justa, por parte do Congresso, do ativismo judicial [da Suprema Corte]. Será que vamos deixar para a Justiça mais uma vez a decisão sobre um tema que nós temos a incumbência de discutir?”, conclamou.

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