Sexta-feira, 10 de maio de 2024

Qual a diferença entre compulsão alimentar e comer emocional

Muitas pessoas que comem além do necessário por questões emocionais acham que tem compulsão alimentar, mas nem sempre elas aparecem juntas. De fato, em ambas existe uma relação distorcida com a alimentação causada por questões emocionais que leva a comer além do habitual e geram sentimentos negativos após os episódios.

Exagerar na comida durante uma festa de aniversário ou acabar repetindo um doce no final de um dia estressante é algo que pode acontecer com qualquer pessoa, e não há nada de anormal nisso. Muita gente confunde episódios de fome emocional ou eventual exagero alimentar com compulsão, mas não é bem assim.

A compulsão alimentar é um transtorno alimentar cujo principal aspecto é a ingestão – durante um curto período de tempo – de uma quantidade de alimentos muito maior do que a maioria das pessoas comeria naquela circunstância, e esse episódio normalmente é associado à sensação de falta de controle, de não conseguir parar de comer ou controlar a quantidade do que está comendo. E, diferentemente do que se possa pensar, a compulsão não acontece apenas com doces. Os episódios compulsivos também podem ocorrer com salgados, incluindo alimentos consumidos nas refeições principais ou fora delas.

“A palavra compulsão hoje infelizmente está sendo usada à toa. A gente naturalmente vai ter exageros em uma festa, ou diante de um doce que há muito tempo você está tentando resistir. Isso é normal do ser humano. Agora, compulsão alimentar é uma doença psiquiátrica. É um comportamento bem mais preocupante, onde a pessoa vai comer uma quantidade muito maior do que uma pessoa que não tem compulsão”, afirma a nutricionista Sophie Deram, autora do livro “O peso das dietas”.

Características

A pessoa que sofre de compulsão alimentar come muito além do habitual, há um descontrole na quantidade ingerida em um curto espaço de tempo; tem episódios semanais por pelo menos 3 meses; busca qualquer alimento, seja doce ou salgado; uma sensação de falta de controle em seguida vem a culpa ou sentimentos negativos por ter comido; normalmente associado a emoções, sentimentos ou pensamentos negativos; come geralmente escondido nos episódios.

Comer emocional

O comer emocional, como é chamado na prática clínica, é um comportamento no qual a pessoa busca comida mesmo na ausência da fome física, que é fisiológica. Pode ser impulsionado tanto por sentimentos negativos quanto positivos (por exemplo, comer para lidar com um sentimento ruim ou para celebrar uma notícia boa).

“Usualmente, são alimentos que caracterizam boas lembranças afetivas do passado e/ou trazem uma experiência hedônica, de intenso prazer, conforto e/ou alívio, ao serem ingeridos. Em geral, são alimentos altamente palatáveis, podendo ser doces ou salgados, a depender da característica histórica gustativa particular de cada um”, explica o psiquiatra.

Buscar conforto na comida é normal. O que é preocupante é quando esse hábito se torna um refúgio para lidar com os sentimentos e emoções.

“É normal ter fome psicológica, porque o ser humano se nutre de alimentos e sentimentos. O ato de comer é fisiológico, mas também psicológico. O problema da fome emocional é quando a pessoa só sabe resolver as dores dela comendo. E aí acaba comendo mais do que precisa e acaba colocando até a saúde em perigo”, afirma Sophie.

Características

– Come após entrar em contato com emoções como raiva, tristeza, alegria ou apenas para buscar um conforto na comida;
– Busca alimentos específicos por não ser uma fome física;
– Ocorre esporadicamente;
– Gera culpa, arrependimento ou sentimentos negativos após comer.

Tratamentos

O diagnóstico do transtorno de compulsão alimentar é feito pelo médico psiquiatra, e o acompanhamento normalmente é multidisciplinar, portanto, também inclui acompanhamento nutricional e psicológico, com terapia cognitivo-comportamental.

Já para o comer emocional, é necessário encontrar as causas que levam a pessoa a buscar os alimentos. A chave está na consciência. Profissionais como psicólogos, terapeutas e nutricionistas especialistas em olhar para a história e comportamento alimentar são essenciais para permitir que a pessoa entenda e saiba conviver com seu comer emocional.

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