Quinta-feira, 15 de maio de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 15 de maio de 2025
Cinco dos seis biomas brasileiros tiveram redução no desmatamento em 2024, segundo o Mapbiomas. A exceção foi a Mata Atlântica, que se manteve praticamente estável em relação a 2023.
Na comparação entre os dois anos, o Pantanal e o Pampa foram os biomas que apresentaram a maior redução das áreas desmatadas. O Cerrado aparece em terceiro lugar, seguido da Amazônia e da Caatinga. A Mata Atlântica teve um crescimento de 2%.
Os dados foram divulgados na quarta-feira (14), durante a apresentação do Relatório Anual do Desmatamento no Brasil.
No Pantanal, o desmatamento caiu 58,6% no ano passado; no Pampa, 42,1%; no Cerrado, 41,2%; na Amazônia, 16,8%; e na Caatinga, 13,4%. Já na Mata Atlântica, houve crescimento de 2%
Em 2024, mais de 89% da área desmatada no País integra a Amazônia ou o Cerrado. As formações savânicas foram as áreas mais desmatadas, respondendo por 52,4% de todo o desmatamento no Brasil. As formações florestais representaram outros 43,7%.
O coordenador geral do Mapbiomas, Tasso Azevedo, afirmou que um dos dados monitorados é a perda de vegetação nativa por causa de eventos climáticos extremos. Esse foi o motivo de a Mata Atlântica não ter acompanhado a diminuição do desmatamento observada nos demais biomas.
“Se não tivesse os desmatamentos que foram computados por conta dos eventos extremos, o desmatamento teria sido 20% menor”, explicou.
Área desmatada
Ao todo, foram desmatados em 2024, no Brasil, 1.242.079 hectares. Foram registrados 60.983 alertas de desmatamento no território nacional. Na comparação com 2023, a redução foi de 32,4% na área desmatada e de 26,9% nos alertas de desmatamento.
Em 2024, por dia, a área média desmatada foi de 3.403 hectares. Os Estados que tiveram maior participação no desmatamento no País no ano passado são Maranhão, Pará e Tocantins. Eles representaram, respectivamente, 17,6%, 12,6% e 12,3% do total de perda de vegetação no País.
Na comparação entre os anos de 2023 e 2024, Goiás, Paraná e Espírito Santo reduziram o desmatamento em mais de 60%. Já os Estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Acre foram os que apontaram maior crescimento.
“No Rio Grande do Sul, todos os desmatamentos que estavam associados a eventos extremos aconteceram na Mata Atlântica e não nos Pampas”, explicou Natália Crusco, da equipe Mata Atlântica do Mapbiomas.
Segundo a pesquisadora, entre abril e maio de 2024, eventos climáticos extremos no RS resultaram em grandes perdas da vegetação nativa no Estado. Foram registrados 627 alertas, que totalizaram 2.805,8 hectares de áreas naturais perdidas.