Terça-feira, 01 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 13 de março de 2023
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira (13) que o colapso do Silicon Valley Bank (SVB), o maior banco americano a quebrar desde a crise de 2008, não parece suficiente para gerar uma crise sistêmica. Mesmo assim, o ministro reconheceu que ainda não há informações suficientes para dimensionar o problema criado pelo episódio.
“Eu não sei se ele vai gerar uma crise sistêmica. Aparentemente, não. Não vi ninguém ainda tratar desse episódio como um Lehman Brothers, mas o fato é que é grave o que aconteceu”, disse, em evento organizado pelos jornais “Valor Econômico” e “O Globo”.
Haddad relatou ter passado o fim de semana conversando com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e com bancos brasileiros para colher a percepção de risco. O ministro aguarda a volta do dirigente do BIS para discutir sobre o tema.
“Precisa ver se a autoridade monetária do Brasil vai ter de tomar alguma providência em virtude dos efeitos sobre as economias periféricas. Isso não está claro ainda, é o que vamos acompanhar ao longo do dia”, afirmou.
O ministro acrescentou que a reação do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) à quebra do SVB foi positiva para garantir os depositantes e evitar uma corrida bancária. Haddad lembrou ainda que o SVB é um banco regional, com carteira descasada.
Nos Estados Unidos, o presidente norte-americano Joe Biden prometeu responsabilizar os culpados pela falência dos bancos americanos Silicon Valley Bank (SVB) e Signature Bank. O SVB anunciou a falência na sexta-feira, enquanto reguladores americanos fecharam, no domingo, o Signature Bank.
“Estou fortemente empenhado em responsabilizar totalmente os responsáveis por este desastre e em continuar nossos esforços para fortalecer a supervisão e a regulamentação dos maiores bancos, para que não fiquemos nessa posição novamente”, disse em comunicado Biden.
Com sede em Nova York, o Silicon Valley Bank, conhecido como “o banco das startups”, existia desde 1983. Com 6.567 funcionários, o banco ocupava a 20ª posição no ranking de melhores bancos da revista Forbes. Já o Signature Bank foi fundado em 2000 e tem 1.854 funcionários. Ele ocupa a 73ª posição na mesma lista.
Biden assegurou aos americanos que seus depósitos estão seguros.
O Federal Reserve (Fed), o Departamento do Tesouro dos EUA e o Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) asseguraram, também em nota, que todos os depósitos no Signature Bank serão devolvidos aos clientes, assim como os do SVB.
Os órgãos, no entanto, informam que acionistas e detentores de algumas dívidas não garantidas não serão protegidos, enquanto a alta cúpula da empresa foi retirada do cargo.