Quinta-feira, 26 de junho de 2025

Real Digital: Entenda como vai funcionar o novo token do Banco Central, o Drex

O Drex, batizado pelo Banco Central (BC) deve entrar em operação no Brasil a partir do ano que vem com a promessa de garantir acesso mais democrático aos benefícios da digitalização da economia a empreendedores brasileiros, bem como a criação de um ambiente seguro para a geração de novos negócios.

Especialistas avaliam que o Real Digital, em testes desde o início deste ano, tem potencial de causar profundas alterações nas operações de compra e venda no País e na prestação de serviços financeiros.

Drex

Ele será a moeda brasileira (R$) em sua versão digital. O dinheiro físico já é reapresentado com saldos em conta-corrente, por exemplo. Entretanto, um diferencial prático com a Drex será a redução de custos e etapas nas transações entre consumidor e empresa, por exemplo.

O Banco Central irá oferecer a infraestrutura necessária para que os registros de operações de compras ou vendas, como as de imóveis ou veículos, por meio do Real Digital. Assim, será realizado de maneira automática, diminuindo a necessidade de intermediários.

Nesses casos não haveria a discussão sobre a necessidade de o consumidor depositar o dinheiro antes de adquirir o bem ou de o vendedor transferir os documentos do bem antes de receber o montante. Todo o processo passará a ser feito instantaneamente.

“Quando você fala do pagamento com cartão ou outros meios ainda existe uma ação manual e gerencial para fazer a troca da titularidade do bem. Com o Real Digital, as coisas acontecem como na execução de um programa de computador. Há uma ação combinada e programada de transferência da titularidade. Você elimina processos acessórios”, destacou o diretor de produtos da empresa de tecnologia Matera, Bruno Samora.

Conforme o especialista em fintechs e blockchain, Marcio Kogut, a moeda digital vem com o objetivo de facilitar também compras digitais menos complexas, como assinatura de serviços de streaming e jogos

“Hoje, essas assinaturas estão sendo feitas por cartão de crédito, há uma cadeia de intermediários que acaba onerando os custos para ambos os lados. Numa assinatura do Netflix, por exemplo, há um custo da bandeira do cartão, do banco emissor, do adquirente e subadquirente. Com o Real Digital não vai existir essa cadeia de intermediários”, disse.

A moeda digital do BC brasileiro será a versão nacional do “Central Bank Digital Currency” ou CBDC. Ou seja, está entre as divisas digitais geridas pelas autarquias monetárias de diferentes países.

Os especialistas dizem que um dos principais ganhos com o Drex está na segurança das operações. Isso porque a infraestrutura que o BC terá como base é a tecnologia DLT (Distributed Ledger Tecnology), ou, na tradução livre, tecnologia de registro distribuído. No geral, nessa rede, todos os participantes têm acesso ao histórico das transações, o que garante transparência.

“Como empreendedores e empresas, vamos poder falar “me envia um Drex” para poder, eventualmente, pagar um imposto. O Real Digital vai abrir imensas portas do ponto de vista de redução de burocracias, otimização de processos, abertura de novos negócios e novas possibilidades de negócios”, argumentou Caio Barbosa, CO-CEO da Lumx Studios.

A rede de operação da moeda digital será restrita às instituições reguladas pelo Banco Central. Dessa forma, todos os participantes são conhecidos e sujeitos às normas e leis do setor, explica, em nota, a coalizão SFCoop (Sistema Financeiro Cooperativo), formada por Sicoob, Sicredi, Ailos, Cresol e Unicred, cujo objetivo é testar o Real Digital.

“Quanto à segurança, a rede DLT estabelecida em blockchain garante que o registro das movimentações e transações sejam registradas de forma imutável e rastreável. Por ser uma rede permissionada, fica estabelecida mais uma camada extra de segurança, limitando o acesso apenas a instituições autorizadas”, diz o grupo de testes.

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