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Por Redação Rádio Pampa | 9 de agosto de 2023
A situação do ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL) pode ter se complicado em virtude da prisão preventiva do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques. O ex-diretor da PRF chegou a Brasília, por volta de 17h dessa quarta-feira (9). Ele dormirá em uma cela na Superintendência da Polícia Federal do Distrito Federal.
A Polícia Federal (PF) realizou operação sobre interferência no segundo turno das eleições do ano passado. Vasques foi preso na manhã dessa quarta em Florianópolis (SC). Os mandados foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Na avaliação de integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos de 8 de janeiro, o cerco contra Silvinei fragiliza um dos principais argumentos do ex-ministro da Justiça sobre sua viagem à Bahia na semana final das eleições, em outubro de 2022.
Em depoimento à CPI, Torres argumentava que foi para Salvador com o objetivo de acompanhar obras da Superintendência da Polícia Federal na Bahia. O inquérito aberto pela própria Inteligência da PF ouviu delegados federais que estavam no Estado quando houve a visita.
Apurações apontam que Torres mentiu quando disse o motivo da viagem era visitar uma sede da PF em Salvador. Conforme a investigação, o objetivo da visita foi tratar de segurança reforçada durante o segundo turno das eleições presidenciais.
“O que fica claro é que Torres tentou a operação da PF na Bahia para impedir que eleitores fossem votar no segundo turno. Sem sucesso junto ao comando da Polícia Federal, acionou o ‘plano B’ que foi a ação da PRF, o que de fato aconteceu”, observou um integrante do comando da CPI.
Em 30 de outubro de 2022, data do segundo turno das eleições, a PRF realizou blitze que interferiram na movimentação de eleitores, sobretudo no Nordeste, onde Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tinha vantagem sobre Jair Bolsonaro (PL) nas pesquisas de intenção de voto.
“Fica claro que objetivo de Anderson Torres foi alcançado, pois a blitze foi realizada na Bahia. Ou seja, a ação criminosa foi consumada pelas mãos de Silvinei. Isso complica ainda mais a situação de Torres”, observou outro parlamentar da CPI.
A Polícia Federal encontrou provas de que as blitze foram direcionadas contra Lula, o que baseou o pedido de prisão do ex-diretor-geral da PRF.
Os investigadores apreenderam imagens em celulares de agentes rodoviários com o mapeamento das cidades onde o então candidato à Presidência, Lula, teve mais de 75% dos votos no primeiro turno no Nordeste.
A PF também localizou conversas tratando de uma reunião da cúpula da PRF, na qual o então diretor-geral Silvinei Vasques teria determinado um “policiamento direcionado”, em 30 de outubro, em municípios do Nordeste onde Lula teve mais de 75% dos votos no primeiro turno.