Quinta-feira, 02 de maio de 2024

Relatório da Confederação Nacional da Indústria aponta que Brasil perdeu R$ 453 bilhões com mercado ilegal em 2022

Relatório divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que o Brasil teve um prejuízo econômico estimado em cerca R$ 453,5 bilhões em 2022 devido às atividades do chamado “Brasil Ilegal”. O valor é superior ao PIB do estado de Santa Catarina. As movimentações ilegais envolvem contrabando, pirataria, roubo, concorrência desleal por fraude fiscal, sonegação de impostos e furto de serviços públicos, como água e gás.

O documento foi apresentado durante o seminário “Combate ao Brasil Ilegal”, realizado na quinta-feira (18), em Brasília. O levantamento indica que, enquanto apenas 15% dos delitos são causados por necessidade, 85% são para obter vantagem econômica.

Todos os 15 setores produtivos analisados no relatório somam perdas de R$ 297 bilhões nas arrecadações por conta de contrabando e pirataria. Outros R$ 136 bilhões são decorrentes dos prejuízos diretos com os impostos que deixaram de ser arrecadados pelas diversas esferas de governo.

A CNI inclui também os chamados “gatos” (furtos de energia elétrica e luz). Foram R$ 6,3 bilhões, cifra que leva em conta apenas a perda de arrecadação tarifária das concessionárias de energia elétrica. Segundo o órgão, a quantidade de energia elétrica furtada em 2022 seria suficiente para abastecer todas as residências dos 39 municípios da Grande São Paulo durante um ano.

Já o custo das ligações ilegais de água chega a cerca de R$ 14 bilhões. A quantidade de “gatos de água” equivale, em volume, a 2,6 vezes o Sistema Cantareira, o maior reservatório de água da região metropolitana de São Paulo.

Dados do relatório também mostram que, só em 2023, a Receita Federal realizou aproximadamente 17.627 operações de combate ao contrabando, descaminho e importação irregular de mercadorias. A entrada de produtos de outros países de forma ilegal no Brasil resultou na apreensão de R$ 3,78 bilhões em mercadorias ilícitas, o que representa menos de 1% do valor total mensurado no relatório.

Empregos

Segundo o estudo publicado pela CNI, quase 370 mil empregos diretos com carteira assinada deixaram de ser gerados no País. O setor de vestuário foi o que mais perdeu com a ilegalidade, deixando de empregar cerca de 64 mil pessoas. Em seguida aparecem os setores farmacêutico e o de combustíveis, que deixaram de empregar, respectivamente, 20,7 mil e 15,5 mil trabalhadores.

“Queremos contribuir para que os governos adotem medidas mais rígidas para combater essa ilegalidade, investindo ainda mais em segurança pública em todo o País”, afirmou Carlos Erane de Aguiar, diretor da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), durante o seminário da última quinta-feira.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandwski também esteve presente no evento. Ele afirmou que o esforço deve ser de todos. “Não é só com a atuação das polícias federais, estaduais e municipais. Se faz, sobretudo, com inteligência e cooperação entre o Estado, o setor privado e a sociedade. É uma responsabilidade de todos”, disse o ministro.

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