Domingo, 28 de abril de 2024

Rodrigo Carpi Nejar lança livro de poesias “Insana Lucidez”

Segundo o ditado popular “O fruto não cai longe do pé”, referindo-se à trajetória de alguém em comparação com a família. Seguindo essa premissa, o gaúcho Rodrigo Carpi Nejar, segundo filho dos escritores Carlos Nejar e Maria Carpi, lança seu primeiro livro de poesias, intitulado “Insana Lucidez” (Editora Bestiário). A publicação terá sessão de autógrafos nesta terça-feira (31), das 19h às 21h, na Livraria Santos do Barra Shopping Sul. O momento será marcado pela presença dos pais e irmãos, incluindo o poeta e escritor Fabrício Carpinejar.

“Insana Lucidez” compõe-se de poemas melódicos e metafóricos que buscam a conexão com o imaginário do leitor, provocando-o e convocando-o ao exercício da leitura e da criação de imagens.”Como pinturas ou afrescos do sentimento vivo, do pássaro colhido em seu movimento”, define o autor.

“Um pássaro assume as alturas

E o trago por dentro.

Colho primeiro a vertigem,

Depois seu corpo,

Impresso no movimento.

Um pássaro e o ninho do abismo,

Pouco a pouco,

Concentram todo o Universo.”

É um livro sanguíneo, que reúne, de forma encadeada, poemas em carne-e-osso, forjados ao longo de mais de 30 anos de existência do autor. “São reflexões e vivências maturadas no silêncio da jornada, decantadas como vinho, sem pressa, em meio a retomadas e esquecimentos, enquanto, na escrita da vida, se impunha o registro dos encargos e desafios da labuta diária”, conta Rodrigo. 

“O silêncio do homem é um túnel sem escolta.”

Separado por quatro eixos principais – “Vertigens”, “Patas do Firmamento”, “Telas” e “Hora do Sol” -, o livro fala de um filho que se tornou adulto, pela criança que ainda o habita. É o testemunho de uma chama acalentada desde a infância, nos cadernos de capa dura, nas músicas das bandas que nunca vingaram, nos silêncios e abreviaturas da estrada, uma chama imersa no vão das partidas e chegadas, que agora se expressa, dando voz madura ao jovem que caminhava.

Nascido em Porto Alegre, em dezembro de 1970, no bairro Petrópolis, Rodrigo Carpi Nejar é o segundo filho dos escritores Carlos Nejar e Maria Carpi. Seu nome foi dado em homenagem a “El Cid” (Rodrigo Diaz de Vivar), campeador que, mesmo morto, venceu uma batalha contra os mouros, avançado à frente do exército com o corpo atado a seu cavalo. Passou a primeira infância entre Erechim e Caxias do Sul, retornando à capital gaúcha, aos cinco anos de idade, onde cresceu, junto aos irmãos Carla, Fabrício e Miguel, no bairro Petrópolis. 

Partindo dos sete anos, trabalhou intensamente com poesia até os vinte e poucos. Fez um primeiro livro, que ficou guardado, aguardando visita. Seguiu para o segundo e abriu vertentes, nas várias versões encadernadas. Foi letrista de banda. Lançou poesia com a voz alheia, povoando as músicas com inusitados fonemas. Estudou em colégios públicos, do primeiro grau ao segundo, porque, a despeito da melhor graduação, propiciada aos irmãos, queria acompanhar os amigos. 

Ingressou na Faculdade de Direito, graduando-se pela Puc-RS. Realizou concurso para o Ministério Público/RS. Aprovado para o cargo de Promotor de Justiça, foi construir sua independência. “Havia uma urgência em alcançá-la e o cargo também tratava dela, a sagrada independência funcional: promover o que fosse de direito, segundo a lei e a consciência. Então, guardei meus escritos, como quem guarda um endereço, envelopado no bolso da calça, sabendo que um dia lhes daria destinação”, revela.

“Quanto mais eu dispor,

mais serei da jornada.

O caminho de casa

é da porta para fora.

Tua casa habitarás

ao fim, quando dela fora

o primeiro a sair.”

Por muitos anos, militou no interior do Estado, nas Comarcas de Agudo, de Nova Prata, de Lajeado e de Gravataí. Em meados de 2012, assumiu funções em Porto Alegre, primeiramente como Promotor Assessor, na Procuradoria de Recursos, depois, como Promotor-Corregedor, junto à Corregedoria-Geral do Ministério Público. Retornando à Execução, classificou-se em cargos da Promotoria Criminal e da de Família, onde se encontra, atualmente. 

É casado com Ieda, companheira de quase duas décadas, com quem teve o menino Francisco. De seu nascimento e do esforço de seguir adiante, em meio às lutas renhidas, pelos fóruns e repartições, na permanente dialética do convívio, nasceram vários outros poemas, dialogando com os mais antigos, na composição desse livro, de um escritor já envelhecido, que vai  rejuvenescer na mente dos leitores.

“Uma fonte nunca

refaz seu eterno

sem submergir nas tempestades.

Parir a ti mesmo,

enquanto vão-se os mortos,

é teu mais belo verso.

tua própria identidade.”

No dia 12 de novembro, a partir das 19h, Rodrigo também participará de uma sessão de autógrafos na Feira do Livro de Porto Alegre.

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