Sexta-feira, 07 de novembro de 2025

RS tem queda na desocupação e crescimento dos empregos com carteira assinada

Relatório oficial divulgado nessa quinta-feira (18) aponta uma taxa 4,3% de desocupação no Rio Grande do Sul durante o período de abril a junho, com recuo de 25,4% em relação ao segundo trimestre de 2024. Além disso, houve expansão de 3,3% nos postos de trabalho formal (com carteira assinada) no acumulado de 12 meses até julho deste ano, com saldo positivo de 94 mil empregos.

Com menos 91 mil trabalhadores, o índice de desocupação é a menor dos últimos anos e coloca o Estado na 8ª menor taxa nacional desse item. A incidência da desocupação de longo prazo também diminuiu, de 25,4% para 19,3%, menor proporção já registrada na história recente. E a taxa combinada de desocupação e subocupação por insuficiência de horas caiu de 9,4% para 7,3%.

O documento foi elaborado sob o comando dos pesquisadores Guilherme Xavier Sobrinho e Raul Bastos, do Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Secretaria Estadual de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG). Serviram de base os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e o Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Outra constatação foi a de que a taxa de participação na força de trabalho ficou em 65,5% no segundo trimestre de 2025, com estabilidade no que se refere a igual intervalo em 2024. O nível de ocupação também se manteve estável, em 62,7%, fazendo o Rio Grande do Sul avançar do 9º para o 7º maior patamar entre as unidades da Federação. Já a taxa de informalidade permaneceu em 31,1%, uma das quatro menores do País.

Rendimentos e desigualdade

O rendimento médio real habitual dos ocupados no RS foi de R$ 3.794 por mês, valor estável em comparação ao ano e ao trimestre anteriores. A desigualdade de rendimentos, por sua vez, apresentou queda: o coeficiente de Gini passou de 0,4673 para 0,4461, fazendo o Estado subir para a 9ª menor desigualdade dentre as unidades da Federação.

Já a massa de rendimentos foi de R$ 21,8 bilhões. De acordo com os técnicos da SPGG, o resultado interrompeu uma sequência de quatro altas seguidas no indicador.

Expansão do emprego formal

Entre julho de 2024 e julho de 2025, foram gerados 94 mil postos de trabalho formais no Estado, o que representou uma expansão de 3,3%, ligeiramente acima da nacional (3,2%). Pela primeira vez desde o início da série do Novo Caged, a variação anualizada do emprego formal gaúcho superou a média brasileira.

Serviços responderam por metade das vagas criadas e tiveram o maior crescimento relativo (3,9%), seguidos por construção (3,3%) e indústria (2,9%). Entre as atividades econômicas, destacaram-se comércio varejista, saúde humana, serviços administrativos, produtos alimentícios, máquinas e equipamentos e produtos do fumo.

Análise segmentada

O perfil dos postos criados mostrou predominância de mulheres (58,7%), trabalhadores com Ensino Médio completo ou incompleto (82,8%) e jovens de até 24 anos, que responderam por 92,6% das novas vagas. O Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2024, produzido pelo MTE, indica que, embora a distribuição por raça/cor seja próxima à da população em idade de trabalhar, persistem diferenças salariais: nos serviços, pretos recebem em média 70,4% do rendimento dos brancos; no caso dos pardos, a porcentagem é de 76,4%.

Regionalmente, na divisão em nove Regiões Funcionais (RF), a RF9, no Norte, liderou o crescimento, com 5,1%, seguida por Vales (4,4%) e Metropolitana (3,6%).

Quando considerados os 28 Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes), o do Alto da Serra do Botucaraí apresentou a maior variação do Estado, com 10,4%, impulsionado pela indústria de alimentos e pela construção. A Região Sul registrou o menor desempenho (0,5%), influenciado pela perda de postos em São José do Norte, ligada à fabricação de embarcações.

(Marcello Campos)

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