Domingo, 13 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 28 de janeiro de 2023
Por anos, o grupo mercenário russo Wagner, fundado pelo empresário Yevgeny Prigozhin, ficou fora dos holofotes. A elite governante negava a sua existência. Mas, com a invasão da Ucrânia, o grupo passou a desempenhar um papel cada vez mais importante para a Rússia no campo de batalha.
No último dia de 2022, o presidente russo, Vladimir Putin, viajou para entregar as medalhas mais importantes do país a combatentes que lutaram na Ucrânia. Um deles era um jovem barbudo com um uniforme diferente do restante do grupo. Era do tipo usado pelos mercenários russos.
Um de 40.000 homens
O jovem foi identificado como Aikom Gasparyan, um fã de artes marciais que foi preso em outubro de 2019 por tentativa de roubo em um café de Moscou. Ele foi condenado a sete anos de prisão.
Mas, em dezembro passado, o jovem foi visto em um vídeo no Telegram, postado em uma conta ligada ao grupo Wagner. Nas imagens, Gasparyan dizia que havia deixado a prisão na cidade de Ryazan e estava lutando na Ucrânia.
Ele se tornou um dos 40.000 ex-prisioneiros russos que, segundo estimativas dos Estados Unidos, estão atuando na Ucrânia. Eles lutam ao lado de 10.000 agentes contratados regulares do grupo.
Segundo o jornal americano Washington Post, esses dados foram coletados pelo grupo de direitos humanos “Russia Behind Bars”, que está rastreando o envolvimento dos prisioneiros na guerra.
O fundador do grupo, Yevgeny Prigozhin, fez rodadas de recrutamento no sistema penitenciário russo no ano passado. Ele prometeu uma ficha criminal limpa aos condenados que se juntaram à sua organização e foram enviados à guerra na Ucrânia. Mais tarde, descobriu-se que esses homens foram enviados para os pontos mais perigosos da linha de frente e muitos foram mortos.