Quarta-feira, 24 de abril de 2024

Senador diz ter reunido assinaturas para CPI sobre corrupção no Ministério da Educação

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) anunciou nesta quinta-feira (23) que conseguiu as 27 assinaturas necessárias para a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar as denúncias de corrupção e tráfico de influência no Ministério da Educação.

A quantidade mínima de assinaturas foi alcançada depois o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro ter sido preso na quarta (22) em uma operação da Polícia Federal. Ele foi solto nesta quinta.

A PF investiga se houve irregularidades na liberação de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão vinculado ao MEC. Além de Ribeiro, são investigados também os pastores com acesso privilegiado ao MEC – Gilmar Santos e Arilton Moura, também presos na quarta e soltos nesta quinta.

O regimento do Senado prevê que o requerimento de abertura da CPI deve ser assinado por, no mínimo, 27 senadores – um terço dos 81 que compõem a Casa. O documento deve indicar o fato a ser apurado, o número de integrantes, o prazo de duração e o limite de despesas para a realização das atividades.

O requerimento de formação da CPI foi apresentado no final de março por Randolfe, na esteira das primeiras denúncias envolvendo a atuação de pastores no ministério.

O documento chegou a alcançar as assinaturas necessárias em abril, mas a CPI acabou não sendo instalada porque senadores que inicialmente haviam apoiado a comissão recuaram.

Agora, mesmo tendo as 27 assinaturas, Randolfe afirmou que deve esperar até a semana que vem para protocolar o requerimento. Isso porque, segundo ele, há a expectativa de mais três senadores assinarem. Assim, a CPI cria uma reserva caso algum parlamentar decida recuar.

“Eu espero alcançarmos até terça as outras três assinaturas para ampliarmos a margem da comissão, do requerimento, então, alcançando essas outras três, tendo 30 assinaturas, acredito que não terá risco mais para derrubada do requerimento de CPI”, disse Randolfe.

Denúncias

Conforme denúncias feitas por prefeitos, o pastor Arilton Moura cobrava propina em dinheiro, ouro e até por meio da compra de bíblias para conseguir liberar verbas no Ministério da Educação.

Segundo os prefeitos, ele também ajudava a viabilizar reuniões no MEC com o então ministro Milton Ribeiro e com o presidente do FNDE, Marcelo Lopes da Ponte. O pastor Gilmar Santos também foi citado entre os participantes das conversas. Os dois tinham trânsito livre no MEC, apesar de não possuírem cargo no governo.

De acordo com o requerimento apresentado por Randolfe, a CPI deverá ter 11 integrantes titulares e mesmo número de suplentes, 90 dias de prazo e limite de despesas de R$ 90 mil.

No pedido de criação, Randolfe cita reportagens que revelaram que o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro teria priorizado amigos dos dois pastores evangélicos, a pedido de Jair Bolsonaro, na destinação de verbas do MEC para construção de escolas e creches em vários municípios brasileiros.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Política

“Precisamos conversar”, diz Bolsonaro ao ministro do Supremo Alexandre de Moraes durante jantar
Sobe para 39.928 o número de gaúchos mortos pelo coronavírus. Vítimas mais recentes incluem um bebê
Pode te interessar
Baixe o app da TV Pampa App Store Google Play