Terça-feira, 01 de julho de 2025

Sindicalistas são “atropelados” em anúncio do novo salário mínimo

“Atropeladas” pelo presidente Lula no anúncio do novo valor do salário mínimo, as centrais sindicais agora querem concentrar esforços na negociação para emplacar a antiga regra de correção automática do piso, criada no governo petista e que vigorou até o início de Bolsonaro.

O presidente havia sinalizado que consultaria os sindicalistas antes de bater o martelo sobre o reajuste de 2023 e, no mês passado, criou um grupo de trabalho para discutir o tema – as centrais queriam um valor maior, de R$ 1.343.

O grupo, no entanto, nunca se reuniu desde a sua criação, há 29 dias, e o prazo de sua vigência acaba em duas semanas (em 4 de março), interrompidas pelo carnaval.

“Ficaram de nos chamar para discutir, mas ainda não aconteceu. Não fomos comunicados de nenhuma decisão”, diz o presidente da Força Sindical, Miguel Torres. “O mais importante agora é definir uma regra de valorização”, afirma Ricardo Patah, presidente da UGT.

Auxiliares do ministro Luiz Marinho (Trabalho) dizem que o objetivo do grupo sempre foi discutir 2024. As centrais têm esperança de resgatar a regra de correção do piso segundo o crescimento do PIB dos dois anos anteriores mais a inflação.

A Unafisco (associação dos auditores da Receita) estima que, com a elevação do limite de isenção do IR para R$ 2.640, anunciada por Lula, o número de contribuintes isentos mais do que dobrará e chegará a 22 milhões – metade do total de contribuintes (39,7 milhões). A maior parte dos que pagam IR está nas faixas inferiores de tributação.

O presidente Lula confirmou, na quinta-feira (16), que o novo valor do salário mínimo será anunciado em maio e será reajustado para R$ 1.320. Ele confirmou ainda o aumento da faixa de isenção do IR para R$ 2.640. Hoje, o mínimo é de R$ 1.302 e a faixa de isenção do IR é de R$ 1.903,98.

“Está combinado com o ministro Haddad (Fernando Haddad, da Fazenda), que a gente vai em maio reajustar para R$ 1.320 e estabelecer uma nova regra para o salário mínimo, que a gente já tinha no meu primeiro mandato”, disse o presidente sobre o reajuste, em entrevista para a CNN Brasil.

Lula disse que o mínimo irá considerar, além da reposição inflacionária, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

“Não adianta o PIB crescer 14% e você não distribuir. É importante que ele cresça 5%, 6% , 7% e você distribuí-lo para a sociedade. Nós vamos aumentar o salário mínimo todo ano, a inflação será reposta e o crescimento do PIB será colocado no salário mínimo”, disse.

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