Sexta-feira, 29 de março de 2024

Técnicos recolhem os 2 motores do avião que caiu com Marília Mendonça

Equipes do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos recolheram nesta segunda-feira (8) os dois motores do avião que levava a cantora Marília Mendonça e mais quatro pessoas. O delegado que acompanha o caso disse que um cabo estava enrolado em uma das hélices.

Técnicos retiraram os motores da mata e as peças foram colocadas em um caminhão. No meio da tarde, os motores chegaram ao pátio de uma empresa credenciada pelo Detran.

Segundo Eduardo Bauzer, professor de Engenharia Aeroespacial da Universidade Federal de Minhas Gerais (UFMG), a posição dos motores é o que pode ajudar a explicar toda a dinâmica do acidente.

“Ao que tudo indica, ocorreu uma colisão inicial com a linha de transmissão da Cemig. Então, dependendo da sequência dos eventos, podem ter ocorrido falhas anteriores ao voo, durante o voo, por ocasião da colisão com a linha de transmissão, logo após a colisão com a linha de transmissão e, finalmente, com o impacto com o solo. A forma como ocorreu a falha, o histórico e a dinâmica do acidente, tudo isso vai influenciar o local onde os motores finalmente se encontraram.”

Em uma caminhonete chegaram outras partes do bimotor, inclusive um dos bancos. O avião foi retirado da cachoeira no domingo (7) e amarrado com cabos de aço, um trabalho delicado por causa do terreno íngreme. Guindastes puxaram a parte principal do avião e também as asas.

Peritos do Centro de Investigação de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) e da Polícia Civil de Minas Gerais se reuniram antes do transporte da carga, e uma situação chamou a atenção dos peritos, afirma Ivan Sales, Delegado Regional de Caratinga.

“É uma evidência, é fato de que tem um cabo enrolado na hélice. Agora, a gente só vai poder afirmar que esse cabo é o cabo que se rompeu quando a perícia tiver o laudo pericial.”

Na noite desta segunda-feira, a Polícia Civil informou que os motores vão ser levados para Sorocaba, em São Paulo, onde trabalha um perito especializado nessa análise. O restante dos destroços vai para o Rio de Janeiro, para um hangar da Aeronáutica no Aeroporto Internacional Tom Jobim. Nos dois locais os técnicos do Cenipa vão fazer uma perícia detalhada do material, e esse trabalho ainda não tem um prazo para ser finalizado.

Os peritos também tiveram acesso a imagens de câmeras de segurança que podem ajudar a esclarecer o acidente. Em algumas, é possível ver a sombra do avião passando às 15h14, pouco antes da queda. Em uma outra, um casal fica assustado quando percebe que o avião estava caindo, como descreve a dentista Rossana Bortot.

“O vídeo mostra eu fechando a porta, e naquele momento eu já ouvi um barulho muito forte, um barulho como se fosse um helicóptero, um avião junto, e era como se estivesse batendo uma lata, bem alto mesmo”.

O trabalho da perícia não é o de apontar culpados, mas apurar as causas da queda e prevenir que novos acidentes com características semelhantes ocorram, explica o especialista em gerenciamento de risco Gustavo Cunha Mello.

“Não existe prazo para terminar o relatório. O trabalho de perícia do Cenipa é muito detalhado. Ele pega cada peça do avião, coloca em um laboratório, vai analisar a granulometria – que tipo de amassamento que teve, para ter aquele amassamento naquela peça, qual foi a velocidade de impacto, qual era a altitude da aeronave naquele momento, analisa o GPS, cruza todos os dados, vai no banco de dados de horas-voos dos pilotos para verificar toda a experiência pregressa deles no modelo do avião, naquela pista, se ele trabalhou demais nos últimos dias… são inúmeras informações e análises, verificações, e por isso demora um tempo.”

A necropsia já indicou que todas as vítimas sofreram politraumatismo. Agora, técnicos do Instituto Médico Legal em Belo Horizonte analisam material genético das vítimas, segundo o médico legista Thales Bittencourt.

“A estimativa é que esses exames fiquem prontos, em média, em 15 dias para poder, juntamente com os dados já coletados nas necropsias, a gente formar e finalizar os laudos”.

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