Quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

Tiroteio na Califórnia deixa 6 mortos e pelo menos 12 feridos

Pelo menos 6 pessoas morreram e outras 12 ficaram feridas na manhã deste domingo (3) na cidade de Sacramento, capital da Califórnia, nos Estados Unidos, segundo o departamento de polícia local. De acordo com a chefe de polícia da cidade Kathy Lester, o ataque foi realizado por vários atiradores. Ninguém foi preso e a polícia continua a busca por suspeitos.

A polícia local também não forneceu informações sobre nenhum suspeito ou a motivação dos tiroteios que ocorreram próximo da arena Golden 1 Center, onde joga o time de basquete Sacramento Kings, e a poucos quarteirões do edifício do Capitólio da Califórnia.

O tiroteiro aconteceu por volta de 2h no horário local (6h em Brasília) no centro de Sacramento. O ataque aconteceu em uma região cheia de bares e com intensa vida noturna, em um horário em que os estabelecimentos estavam começando a fechar e os frequentadores ocupavam as ruas.

“Estamos pedindo que as pessoas nos ajudem a identificar os suspeitos e nos forneçam informações que podem nos ajuda a resolver esse caso”, disse Kathy Lester.

“É difícil aceitar esse número de mortos e feridos”, falou o prefeito Darrell Steinberg, que disse apoiar qualquer ação que possa diminuir a violência por armas nos Estados Unidos.

A polícia disse que isolou a região e que uma arma foi localizada no local do crime. Autoridades não divulgaram mais detalhes ou qualquer informação sobre as vítimas até a última atualização dessa reportagem.

Cultura das armas

A violência generalizada causada pelo uso de armas de fogo nos Estados Unidos deixou poucos lugares ilesos ao longo das décadas. Mesmo assim, muitos americanos se agarram ao seu direito de portar armas, assegurado pela constituição norte-americana, como algo sagrado. Mas críticos à Segunda Emenda dizem que esse direito ameaça outro: o do direito à vida.

A relação dos Estados Unidos com a posse de armas é única, e sua cultura das armas é um ponto fora da curva na realidade global. Com a contagem de mortes relacionadas a armas crescendo diariamente, cabe aqui uma comparação de como essa cultura nos EUA se compara ao resto do mundo.

De acordo com uma pesquisa do projeto Small Arms Survey (SAS), baseado na Suíça, existem 120 armas para cada 100 americanos. Nenhuma outra nação tem mais armas em posse de civis do que pessoas.

As Ilhas Falklands (ou Ilhas Malvinas) – território britânico ao sudoeste do Oceano Atlântico, reivindicado pela Argentina e razão pela guerra de 1982 entre os dois países – é o segundo lugar no mundo com a maior quantidade de armas civis por habitante. Mas com uma estimativa de 62 armas para cada 100 pessoas, essa posse de armas é quase metade da dos EUA. O Iêmen – país que agoniza com um conflito que já dura sete anos – tem a terceira maior posse de armas, com 53 armas de fogo a cada 100 pessoas.

De acordo com um levantamento de outubro de 2020 feito pela Gallup, cerca de 44% dos adultos americanos vivem em uma residência com uma arma, e cerca de um terço deles possui uma.

Segundo Zachary Elkins, professor associado de administração pública da Universidade do Texas em Austin e diretor do Comparative Constitutions Project (Projeto Constituições Comparativas), algumas nações possuem uma quantidade elevada de armas devido a um estoque ilegal gerado por conflitos do passado ou por controles pouco rígidos em relação à posse, mas os Estados Unidos são um dos únicos três países onde o porte (ou a posse) de armas é um direito constitucional. Mas o índice de posse nos outros dois – Guatemala e México – é quase um décimo do que o dos Estados Unidos.

Não é nada surpreendente que os EUA tenham mais mortes per capita por violência relacionada à armas que qualquer outro país desenvolvido. De acordo com o Instituto para Métricas de Saúde e Avaliação (IHME), com dados de 2019, o índice nos EUA é oito vezes maior do que no Canadá, que tem o sétimo maior índice de posse de armas do mundo; 22 vezes maior do que o da União Europeia e 23 maior do que o da Austrália.

Segundo números do IHME, o índice de homicídios relacionados com armas em Washington, DC – o mais alto entre os estados e distritos americanos – é próximo aos níveis do Brasil, que é o sexto no mundo no ranking de homicídios relacionados à armas.

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