Sexta-feira, 29 de março de 2024

Uber e 99 são notificados em razão do aumento de cancelamentos de corridas

Quem é usuário de aplicativo de transporte tem testemunhado os cinco a dez minutos usuais de espera se multiplicarem e chegarem a até uma hora por causa dos cancelamentos recorrentes de corridas pelos motoristas. Em um único pedido, há relatos de consumidores de uma dezena de desistências.

Há ainda aqueles casos em que após aceitar, o motorista muda a rota ou avisa ao cliente que não vai realizar a viagem, obrigando-o a cancelar e arcar com a taxa imposta pelos aplicativos ou ainda com o valor integral do trajeto não percorrido. E recuperar esse dinheiro não tem sido fácil.

Essa, aliás, é a reclamação mais frequente registrada no Procon Carioca contra Uber e 99. Os aplicativos foram notificados pelo órgão a prestar esclarecimentos diante do aumento de queixas.

Até outubro, a Uber somava 773 reclamações, já ultrapassando as 770 registradas nos 12 meses de 2020 e muito acima das 593, de 2019. Já a 99 contabilizava 225 queixas, contra uma registrada no ano passado e 85, em 2019.

“O cancelamento excessivo torna ruim a qualidade dos serviços. Queremos saber qual a razão dos cancelamentos”, diz Igor Costa, presidente do Procon Carioca.

Prática abusiva

O motorista Rafael Arcanjo, de 39 anos, admite o aumento dos cancelamentos e que é prejuízo aceitar percurso curto:

“Quando comecei, a Uber pagava R$ 7,75 por uma corrida de 4km, em média. Hoje, são só R$ 6,19. Enquanto isso, combustível, pneus e manutenção ficaram mais caros.”

O motorista Luciano da Silva, de 39 anos, diz que depois que a 99 aumentou o valor repassado a parceiros, após uma série de reclamações de usuários sobre cancelamentos, o problema diminuiu:

“O principal motivo dos cancelamentos é o aumento do preço do combustível. Não vale a pena fazer uma corrida de 5km, por R$ 6,50.”

Renata Ruback, assessora chefe do Procon Carioca, destaca, no entanto, que escolher o consumidor é prática abusiva e que os aplicativos podem ser responsabilizados. E acrescenta:

“As reclamações por cobranças por viagens não feitas ou taxas de cancelamento indevidas mostram ainda uma falha dos apps, já que há um monitoramento do trajeto percorrido.”

Rafael Calabria, coordenador do Programa de Mobilidade Urbana do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), reconhece que, quando o preço não cobre o custo do serviço, a qualidade fica prejudicada. E recomenda ao consumidor sempre registrar as queixas:

“É importante para a empresa ficar ciente da situação e também para que os órgãos de defesa do consumidor possam tomar providências.”

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