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Por Redação Rádio Pampa | 3 de março de 2023
O líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA), disse que não vai pedir para os integrantes do partido retirarem assinaturas da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos atos antidemocráticos, como quer o governo. “Nem para colocar, nem para retirar”, disse Elmar, ao ser questionado se pretende fazer algum apelo aos correligionários.
Na última reunião de líderes da Casa, governistas pediram aos integrantes da base aliada que orientassem os membros de suas bancadas a desistirem do apoio ao colegiado. Elmar não estava. Ainda assim, aliados do Palácio do Planalto contavam que ele poderia ajudar, assim como PSD e MDB, que também têm ministérios no governo.
Apesar de a comissão ser mista, os esforços do governo estão todos voltados para a Câmara. Os líderes da base governista no Senado não foram sequer procurados para discutir o assunto até o momento. A bancada do MDB, por exemplo, está liberada para cada um agir da forma que preferir sobre assinar ou não o documento para a criação do colegiado.
A avaliação é que falta estratégia de articulação entre os governistas. Uma das razões apontadas para isso é que os líderes ainda consideram que terão tempo para negociar porque a criação da CPMI depende da sessão do Congresso, que ainda não tem prazo para ocorrer. Alguns creem, entretanto, que isso pode ser arriscado. O ideal, argumentam, seria já trabalhar pela retirada de assinaturas nas duas Casas.
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) afirmou que a CPMI é uma estratégia de “criar um palanque oposicionista” com o intuito de tirar a energia dos governistas de focarem em temas tidos como prioritários no momento.
Críticas
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), criticou a tentativa de criação de uma CPMI para investigar os atos de 8 de Janeiro e disse que a iniciativa pode tirar o foco do Congresso de pautas mais importantes para o Palácio do Planalto, como a reforma tributária e o novo arcabouço fiscal.
Ele afirmou, porém, que não há uma orientação do governo para a retirada de assinaturas do requerimento de instauração do colegiado, feito pela senadora Soraya Thronicke (União-MS) e que conta com o apoio de parlamentares filiados a partidos da base aliada.
Wagner sustenta que a decisão sobre apoiar ou não uma CPMI caberá a cada bancada. O próprio líder chegou a assinar o requerimento de Soraya logo após aos ataques ao Congresso, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal. Agora, porém, diz que não vê sentido na instalação, sob argumento de que já há uma investigação em curso, com pessoas presas e envolvidos identificados.