Domingo, 28 de setembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 28 de setembro de 2025
A Venezuela realizou neste sábado (27), novos exercícios militares e uma simulação para atender emergências, em meio ao temor de uma eventual invasão dos Estados Unidos, que posicionou uma flotilha armada no Caribe.
A mobilização se soma a outros movimentos de tropas e à jornadas de alistamento de civis na reserva militar, que receberam treinamento em quartéis e nas comunidades populares.
O governo de Nicolás Maduro denuncia como uma “ameaça” a presença militar americana no sul do Caribe, para onde o governo do presidente Donald Trump enviou oito navios de guerra e um submarino de propulsão nuclear como parte de um plano para combater o tráfico de drogas.
Washington garante que, nas últimas semanas, destruiu pelo menos três embarcações supostamente carregadas com drogas provenientes da Venezuela, com um saldo de 14 mortos, em uma ação descrita como “execução extrajudicial” por especialistas das Nações Unidas.
Além disso, segundo fontes citadas na sexta-feira, 26, pelo canal americano NBC, “responsáveis militares dos Estados Unidos estão elaborando opções para atacar os traficantes de drogas dentro da Venezuela”.
Maduro disse que tem um decreto pronto para declarar um estado de exceção, um “instrumento constitucional” que tem em suas mãos “para o caso de a pátria ser agredida militarmente”.
Seu chanceler Yván Gil disse que se reuniu com o secretário-geral da ONU António Guterres. O mais alto funcionário das Nações Unidas “afirmou que considera injustificada e inaceitável a ameaça militar dos Estados Unidos no Caribe, uma ação que viola a Carta da ONU e coloca em risco a estabilidade e a soberania de toda a região”, escreveu Gil no Telegram.
“Não queremos guerra”
A simulação deste sábado foi planejada para enfrentar desde um terremoto e um tsunami até um conflito bélico, segundo um documento oficial. Cerca de 400 centros de treinamento foram habilitados.
Os primeiros exercícios da manhã se concentraram em atender emergências sísmicas, depois que o país registrou esta semana uma série de tremores, entre eles dois com magnitudes 6,2 e 6,3.
Funcionários da Defesa Civil compareceram a escolas para dar palestras sobre os protocolos em caso de um terremoto. O objetivo, estimou Richard Carpio, um funcionário público de 57 anos, é que, “diante de qualquer evento que possa ocorrer no país, […] todo o mundo saiba o que precisa fazer”.
“Somos um país de paz, não queremos nenhum tipo de guerra, nenhum tipo de intervenção”, disse ele. (Com informações de O Estado de S.Paulo)