Segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Vídeos mostram recuo de policiais militares que facilitou acesso de extremistas ao STF no dia 8 de janeiro

Vídeos registrados por câmeras do circuito interno do Supremo Tribunal Federal (STF) e drones mostram que policiais militares do Distrito Federal recuaram diante de manifestantes radicais, o que facilitou o acesso dos vândalos ao prédio da Suprema Corte.

As gravações são do dia 8 de janeiro, quando as três sedes dos Poderes em Brasília foram vandalizadas. As imagens inéditas foram divulgadas pelo STF à imprensa nesta quarta-feira (25). Investigadores da Polícia Federal já haviam tido acesso ao material logo após os atos. Segundo a Corte, mais de 10 horas foram encaminhadas à PF.

Uma das gravações mostra que, na via ao lado do Congresso Nacional, a PM fazia uma contenção com homens, grades e viaturas. Os invasores estavam nas proximidades do prédio que sedia o Legislativo. Pouco tempo depois, os policiais entram nos carros e retiram as viaturas. Fica apenas um pequeno grupo de policiais. A gravação se encerra.

Supremo

Em outro registro divulgado pelo STF, um caminhão do Batalhão de Operações Especiais da PM (Bope) que era utilizado na via de acesso ao STF deixa o local e para de bloquear a avenida. O veículo desce em direção à Praça dos Três Poderes, o que também facilitou o avanço de invasores.

Também foi divulgado vídeo que mostra policiais militares chegando ao STF e demorando a formar um cordão de proteção ao prédio. Em outra gravação, é possível ver que o STF emprestou equipamentos para a PM, como capacetes e cassetetes.

O grupo radical se aproxima do STF. Seguranças do Supremo jogam bombas. É possível ver vândalos com máscaras e encapuzados derrubando grades de contenção. Os extremistas também utilizaram, conforme mostram as imagens, grades de contenção e barras de ferro para quebrar vidros do STF e acessar o prédio.

A retomada do STF só começa por volta das 16h30, com a chegada de uma equipe especial da Polícia Federal. A invasão começou por volta de 15h25. Segundo levantamentos feitos nos prédios vandalizados, o prejuízo para o STF é de, ao menos, R$ 5,9 milhões.

Ações na área interna do STF

As imagens divulgadas também mostram os vândalos entrando no edifício-sede do STF após quebrarem os vidros do Salão Branco, localizado próximo ao plenário. O local dá acesso ao corredor em que são guardadas as togas dos ministros.

O vídeo mostra os vândalos tentando arrancar uma das portas dos armários que guardam a vestimenta dos ministros. Um dos extremistas, ao perceber que estava sendo gravado, atira um objeto contra a câmera e a derruba.

Outro vídeo mostra integrantes da PMDF no interior da sala onde bustos históricos são expostos. O local fica em uma das entradas do edifício sede, de frente para a Praça dos Três Poderes. É possível ver manifestantes se aproximando ao fundo.

Bombas não-letais são disparadas do lado de fora. Quando extremistas se aproximam da entrada, não encontram resistência. Os radicais derrubam os detectores de metal e um deles ergue um exemplar da Constituição. Outro extremista percebe a câmera de segurança e a derruba com uma maca hospitalar.

Gravação também divulgada pelo STF mostra extremistas saindo do plenário, que foi destruído, e se encontrando com outros que haviam entrado pela sala em que estavam expostos os bustos. Eles derrubam cadeiras e um painel. A água que inundou o plenário começa a escorrer para fora.

Quadro danificado e toga furtada

Um dos vândalos usa uma mangueira para atenuar os efeitos do que parecer ser gás lacrimogêneo, danifica uma obra de arte chamada do artista plástico Masanori Uragami e inunda o corredor de acesso ao plenário.

Ainda nas imagens, é possível ver um dos extremistas saindo com uma toga utilizada por ministros da Corte.

Nas imagens também é possível ver:

manifestantes radicais ateando fogo no plenário do STF;
vândalos quebrarem câmeras de transmissão da TV Justiça;
um homem com luvas exibindo exemplar da Constituição de 1988;
preocupação dos invasores em esconder o rosto e quebrar câmeras de monitoramento;
um vândalo usando uma mangueira para danificar obra de arte do STF;
manifestantes radicais filmando com aparelho de celular, tomando água, orando e comemorando os atos.

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