Domingo, 14 de dezembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 12 de janeiro de 2023
Cerca de 20 horas antes da invasão do Palácio do Planalto, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) dispensou por escrito o pelotão de 36 homens do Batalhão da Guarda Presidencial. Pedido na última sexta-feira (6), o batalhão reforçou no sábado (7) a segurança do prédio.
O domingo (8), porém, amanheceu na Esplanada com a sede do governo federal apenas com o efetivo da guarda normal, quase desprovida de equipamento de controle de distúrbios civis – escudos, bombas de gás e balas de borracha. A maioria do efetivo dispunha somente de fuzis com munição letal.
Foi só no início da tarde que o Comando Militar do Planalto (CMP), por iniciativa própria, entrou em contato com o GSI e reenviou o pelotão ao Planalto. O CMP acompanhava a ação na Esplanada por meio de drones – às 14h30, ocorreu o primeiro confronto com a PM, perto da catedral de Brasília. Às 15 horas, o general Geraldo Henrique Dutra Menezes, chefe do CMP, enviou uma companhia com 133 homens e equipamento de choque, do Setor Militar Urbano (SMU) para o Palácio.
O general informou ao GSI o envio da tropa. Era a primeira de três levas despachadas para retomar o lugar das mãos dos vândalos que executaram o que chamaram de “tomada de poder”. Só então o gabinete formalizou o pedido de reforço e ativou o Plano Escudo – que prevê a proteção do Planalto, da Alvorada, do Jaburu e da Granja do Torto sem que seja necessária decretação de operação de Garantia de Lei e Ordem (GLO). As duas levas seguintes de reforço – com 93 e 118 militares – foram enviadas após o pedido do GSI.
A falha das informações de inteligência ou a omissão de autoridades da Segurança Pública do Distrito Federal fez com que o cenário previsto não incluísse a tomada violenta das sedes dos três Poderes como objetivo dos extremistas que saíram do SMU às 13h e se dirigiram à Esplanada escoltados pela PM.