Quinta-feira, 25 de abril de 2024

Apesar da crise econômica, vacinação contra covid estimula brasileiros das classes C e D a retomarem viagens de avião

As viagens de avião foram o principal destaque no comportamento dos consumidores brasileiros das classes sócio-econômicas C e D ao longo de setembro. Esse segmento da população gastou 13% a mais com companhias aéreas e aumentou em 8% as suas despesas com hotéis e motéis, na comparação com o mês anterior.

Isso no mesmo mês em que o consumo desses brasileiros recuou 4%, como consequência da crise e da inflação — indício de que o avanço da vacinação está conseguindo destravar uma demanda reprimida pelo turismo mesmo diante de cenário macroeconômico adverso.

Os dados são da empresa Superdigital, ligada ao banco Santander e que atua no segmento de contas digitais e cartões de crédito. Com quase 2 milhões de clientes, a maioria das classes C e D, a fintech realizou a pesquisa a partir de tendências verificadas nas transações dessa base de usuários.

“As pessoas estão mais confortáveis e confiantes para voltar a viajar. Por conta da pandemia, muitas viagens foram adiadas e, com o avanço da vacinação e a queda no número de contaminados, é normal que a população retome as viagens e os planos que foram adiados em 2020 e no primeiro semestre de 2021”, explica a executiva-chefe da Superdigital, Luciana Godoy.

No Rio de Janeiro, onde o consumo caiu 1,9% em setembro, o gasto com passagens aéreas saltou 49%. Em São Paulo, o avanço foi de 15%. Em Minas Gerais, a alta foi de 31%.

Viagens internacionais

Entre janeiro e setembro, os brasileiros gastaram US$ 3,3 bilhões em viagens internacionais. Desde 2004, segundo dados do Banco Central (BC), esse valor não era tão baixo. Representa uma queda de 25% comparado ao mesmo período do ano passado. A queda está relacionada à pandemia, mas esse cenário começa a mudar.

O chefe do departamento de estatísticas do BC, Fernando Rocha, ressalta que os gastos de turistas no exterior voltaram a crescer: “Se a gente olhar os dados recentes de viagens internacionais, vemos que, neste mês de setembro, o gasto foi de um pouco menos de US$ 474 milhões. Esse número vem aumentando de patamar. Se comparar com setembro de 2020, de US$ 301 milhões, teve um aumento de 50%”.

Ele menciona que esse crescimento está diretamente ligado ao avanço da vacinação contra a covid. “A pandemia cedeu, a gente tem um menor número de casos e óbitos em praticamente todos os países do mundo como no Brasil. Com isso as economias reabriram, voltaram a crescer e a receber turistas”, explica, acrescentando que:

“Outro fator importante é que aquelas restrições nas viagens propostas em alguns países para turistas estrangeiros, foram flexibilizadas, fazendo o turismo crescer novamente. Esses fatores explicam os aumentos financeiros dos brasileiros com viagens ao exterior”.

“Houve a reabertura, então há viagens que são de negócios e as que não são, como lazer, passeio etc.”, prossegue o economista Benito Salomão destaca a retomada de uma demanda reprimida. “Os brasileiros voltaram realmente a viajar em função desses fatores. Havia uma demanda reprimida neste setor. As pessoas ficaram muito tempo em casa e em home office, reprimiram a demanda por prazer e viagens.”

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