Domingo, 19 de maio de 2024

Áreas desmatadas em um ano no Estado equivalem a 45 milhões de reais, revela Instituto-Geral de Perícias

Todos os anos, a Seção de Perícias Ambientais do Departamento de Criminalística do IGP (Instituto-Geral de Perícias) divulga os dados de áreas de desmatamento e valoração referente aos laudos periciais elaborados nos últimos doze meses no Rio Grande do Sul. Isso significa que é atribuído um valor de mercado às áreas desmatadas, chamado valoração ambiental, que precifica o capital natural, isto é, aquilo que existe de recursos naturais no mundo, como água, ar, solo, plantas etc

No período analisado, foram elaborados 175 Laudos, expedidos entre setembro de 2020 e setembro de 2021, relativos a uma área total somada de 359 hectares, onde houve corte raso, ou seja, toda a vegetação foi removida do local. O bioma da Mata Atlântica é o mais atingido pelo desmatamento no Estado. O valor obtido foi de R$ 45.558.192,58 – quarenta e cinco milhões, quinhentos e cinquenta e oito mil reais. Esse seria o custo dos serviços ambientais prestados por esta vegetação, como manutenção do clima, controle da erosão e polinização da área.

Para chegar a este valor, foram levados em conta o estágio de sucessão da vegetação (se a floresta estava em desenvolvimento inicial, médio ou avançado), o tipo de uso do solo na região (se a área afetada era circundada por floresta nativa, se estava em meio a uma lavoura ou perto de um centro urbano) e a existência de restrições legais para a ocupação (área de preservação permanente, reserva legal ou unidade de conservação, por exemplo). Os peritos da Seção utilizam drones e imagens de satélite, além de dados da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Cadastro Ambiental Rural (Car).

O levantamento feito pelo IGP está de acordo com a Lei de Crimes Ambientais  (Lei Federal n° 9.605/1998), que determina que a perícia deve indicar o prejuízo causado pelo desmatamento, o que serve como base para o cálculo de multa e pagamento de fiança, além de fornecer subsídios para processos criminais e cíveis.

Das 5.522 perícias realizadas pela Seção de 2004 a 2021, a maioria – 41%, ou 2.178 – referiam-se a locais desmatados, principalmente no bioma Mata Atlântica. A poluição hídrica vem em segundo lugar, com 22% dos casos. Nos últimos sete anos, O IGP recebeu em média 530 solicitações de perícia ambiental.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Rio Grande do Sul

Porto Alegre vai retirar obrigatoriedade do passaporte vacinal
Polícia Federal pede ao Supremo abertura de inquérito para apurar orçamento secreto
Pode te interessar
Baixe o app da TV Pampa App Store Google Play