Segunda-feira, 02 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 8 de abril de 2024
O ex-presidente Jair Bolsonaro fez um discurso em apoio ao empresário Elon Musk, dono do X (antigo Twitter). Musk atacou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e acusou o magistrado de censura, ameaçando descumprir decisões da Justiça brasileira.
“Agora, nós temos um apoio de fora do Brasil muito forte. Esse assunto está palpitando fora do Brasil, parece que a salvação nossa, a democracia, está ameaçada. Todo mundo sabe isso aí. A nossa liberdade de expressão nem se fala”, afirmou Bolsonaro durante transmissão nas redes sociais ao lado de dois filhos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), e do deputado Mario Frias (PL-SP).
Bolsonaro defendeu uma avaliação do PL, seu partido, de uma ação “para que nossa liberdade de expressão seja garantida”. O ex-presidente elogiou Elon Musk, que promove uma cruzada virtual contra o ministro Alexandre de Moraes. “Elon Musk é um símbolo”, disse Bolsonaro. Ele disse esperar que o Brasil “volte à normalidade” com a iniciativa do dono do X.
O ex-presidente disse esperar a relação de decisões impostas por Moraes ao antigo Twitter. O dono da rede social prometeu divulgar a lista de perfis que foram suspensos por ordem judicial. “Isso vindo de fora de forma documentada é um alivio para nós”, disse Bolsonaro. O ministro do STF incluiu o bilionário no Inquérito da Fake News e determinou que o empresário seja investigado por crimes de obstrução de Justiça, organização criminosa e incitação ao crime.
Nova manifestação
Investigado por uma tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro convocou uma nova manifestação, desta vez no Rio de Janeiro, para o dia 21 de abril, feriado nacional de Tiradentes.
“Estou te convidando para uma grande manifestação no Rio de Janeiro, na Praia de Copacabana. “Estaremos dando continuidade ao que aconteceu em São Paulo, no dia 25 de fevereiro. Estamos discutindo, levando informações para vocês, juntamente com autoridades e o pastor Silas Malafaia, sobre o nosso Estado Democrático de Direito e, também, falarmos sobre a maior fake news da história do Brasil, que está resumida hoje na minuta de golpe”, disse o ex-presidente. “Vamos lutar pela nossa democracia e nossa liberdade”, acrescentou.
Desta vez, o ex-presidente não fez nenhum pedido para que seus apoiadores se recusem a levar cartazes com ataques a ministros do Supremo, como fez quando convocou o ato na Avenida Paulista, em São Paulo, em fevereiro.
Bolsonaro, generais das Forças Armadas e ex-ministros de Estado são investigados pela Polícia Federal por uma tentativa de golpe. De acordo com as investigações, o grupo planejou anular o resultado das eleições de 2022, evitar a posse de Luiz Inácio Lula da Silva e prender ministros da Suprema Corte do País. Ao menos três minutas golpistas foram encontradas em posse do ex-presidente e de aliados.
Em 8 de fevereiro, a Polícia Federal cumpriu 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva na operação que investiga a tentativa de golpe, batizada de Tempus Veriratis. Depois disso, Bolsonaro convocou a manifestação na Paulista.
Em São Paulo, o ex-presidente se disse perseguido e pediu anistia a golpistas que participaram do ataque à Praça dos Três Poderes, no dia 8 de Janeiro. O ex-mandatário também negou liderar uma articulação golpista depois da derrota nas eleições.
“Golpe é tanque na rua, é arma, é conspiração. Nada disso foi feito no Brasil. Por que continuam me acusando de golpe? Porque tem uma minuta de decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Deixo claro que estado de sítio começa com presidente convocando conselho da República. Isso foi feito? não”, disse.