Sábado, 12 de outubro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 25 de março de 2024
A defesa de Jair Bolsonaro (PL) afirmou que o ex-presidente esteve na Embaixada da Hungria, em Brasília, durante o carnaval deste ano, “a convite”. Reportagem do jornal The New York Times revelou que Bolsonaro passou dois dias no local após ser alvo de uma operação da Polícia Federal (PF), em fevereiro.
Em nota, a defesa de Bolsonaro afirmou que é de conhecimento público que o ex-presidente mantém um bom relacionamento com o premier húngaro. Além disso, a defesa diz a estadia ocorreu a convite e que, na ocasião, conversou com “inúmeras autoridades do país amigo atualizando os cenários políticos das duas nações”.
Nessa segunda-feira (25), o ex-presidente já tinha confirmado ao colunista Igor Gadelha, do Portal Metrópoles, ter ficado na embaixada. “Não vou negar que estive na embaixada”, disse.
Confira a nota na íntegra:
“O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, passou dois dias hospedado na embaixada da Hungria em Brasília para manter contatos com autoridades do país amigo.
Como é do conhecimento público, o ex-mandatário do país mantém um bom relacionamento com o premier húngaro, com quem se encontrou recentemente na posse do presidente Javier Milei, em Buenos Aires.
Nos dias em que esteve hospedado na embaixada magiar, a convite, o ex-presidente brasileiro conversou com inúmeras autoridades do país amigo atualizando os cenários políticos das duas nações.
Quaisquer outras interpretações que extrapolem as informações aqui repassadas se constituem em evidente obra ficcional, sem relação com a realidade dos fatos e são, na prática, mais um rol de fake news.”
Estadia
Nessa segunda, o jornal norte-americano The New York Times revelou que o ex-presidente passou dois dias na Embaixada da Hungria, em Brasília. A ida ao local, teria ocorrido quatro dias após Bolsonaro ser alvo de uma operação da PF.
A reportagem detalha que, no local, Bolsonaro não poderia ser preso, caso fosse expedido contra ele um mandado de prisão, e sugere que ele estaria na embaixada para se esconder.
Em 8 de fevereiro, a Polícia Federal deflagrou a Operação Tempus Veritatis, para investigar organização criminosa que atuou em uma suposta tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito. Entre os alvos também estavam pessoas do entorno do ex-presidente.
Na ocasião, a PF recolheu o passaporte de Bolsonaro. Como mostrou a coluna de Guilherme Amado, do Portal Metrópoles, o documento foi recolhido após um longo debate dentro (PF) de que havia o risco de o ex-presidente fugir do País.
Quatro dias depois da operação, Bolsonaro chegou à embaixada, conforme registraram as câmeras de segurança do local. A reportagem destaca que dentro do local Bolsonaro não poderia ser preso, caso fosse expedido contra ele algum mandado de prisão.
Alinhamento
Enquanto esteve na presidência, Bolsonaro demonstrou alinhamento ao primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán. Em fevereiro de 2022, após reunião, o húngaro chegou a afirmar que ele e Bolsonaro têm convergência de valores conservadores, como a defesa da família.
“Considero seu país o nosso pequeno grande irmão. Pequeno se levarmos em conta as nossas diferenças nas respectivas questões territoriais. E grande pelos valores que nós representamos, que podem ser resumidos em quatro palavras: Deus, pátria, família e liberdade. Comungamos também da defesa da família, com muita ênfase. Uma família bem estruturada faz com que a sua respectiva sociedade seja sadia. Não devemos perder esse foco”, disse Bolsonaro na ocasião.