Quinta-feira, 02 de maio de 2024

Brasileira relata desespero ao ver marido e filha de 1 ano morrerem afogados ao cruzar rio para chegar aos Estados Unidos

Sem saber nadar e carregando nos braços a filha Eloah, de 1 ano e 11 meses, Thais Natali Montenegro Lenda, de 23 anos, se esforça para cruzar as águas do Rio Grande, na fronteira do México com os Estados Unidos, no Texas.

A criança engole água e o marido de Thais, Daniel Lenda, se debate, fazendo os últimos esforços para não submergir. Daniel se afasta, desaparece, e apenas mãe e filha chegam ao lado americano da fronteira.

Equipes de resgate passaram mais de uma hora fazendo manobras para reanimar a criança. Thais conta que a menina chegou a ser levada ao hospital, mas não resistiu.

O corpo de Daniel foi encontrado quatro dias depois. Pai e filha foram cremados com o dinheiro que Thais arrecadou por meio de vaquinhas virtuais e doações de líderes de igrejas locais. Depois de mais de um mês viajando de ônibus a partir de São Paulo, foi dessa maneira que terminou o sonho da família de ter uma vida melhor nos Estados Unidos.

Atualmente, Thais se mudou para outro Estado, onde pretende recomeçar a vida após ser apadrinhada por uma família americana.

Brasileiros ilegais

A região onde a família cruzou a fronteira é conhecida pela travessia ilegal de imigrantes.

O número de brasileiros cruzando ilegalmente a fronteira sul dos Estados Unidos bateu recorde histórico no ano fiscal de 2021 (que vai de 1º de outubro de 2020 a 30 de setembro de 2021). Ao todo, foram 56.881 detidos, um aumento de 700% em relação ao mesmo período de 2020.

Os dados foram divulgados no dia 22 de outubro de 2021 pelo órgão americano de Alfândega e Proteção de Fronteiras.

Atualmente, Thais diz que gostaria que o depoimento dela servisse de exemplo para que outros brasileiros não tentem entrar os Estados Unidos de maneira ilegal.

“Queria pedir para essas pessoas não seguirem nesse caminho. Tem que fazer corretamente, ir no consulado. É caro, mas são a segurança e o cuidado que importam”, afirma.

Ela diz que, desde que chegou aos Estados Unidos, não recebeu ajuda do governo brasileiro. Houve apenas um contato de uma funcionária do setor de emergência do Itamaraty.

Procurado, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou em nota que “está ciente do caso e, por meio do consulado-geral em Houston, presta a assistência cabível, em conformidade com a legislação local e os tratados internacionais vigentes”.

A pasta afirma ainda que “informações detalhadas poderão ser repassadas somente mediante autorização dos envolvidos. Assim, o MRE não poderá fornecer dados específicos sobre casos individuais de assistência a cidadãos brasileiros.”

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