Sexta-feira, 17 de maio de 2024

Governo de Israel afirma que vai invadir Rafah, em Gaza, mas sem informar quando

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou nesta terça-feira (30) que Israel lançará em breve uma ofensiva terrestre contra a Faixa de Gaza, havendo ou não uma trégua com o Hamas, ignorando os alertas sobre o risco de um banho de sangue nessa localidade.

Netanyahu deu tais declarações mesmo com os apelos dos Estados Unidos, seu principal aliado, para que evite invadir Rafah, refúgio de 1,5 milhão de pessoas deslocadas pela guerra, e horas antes da chegada do secretário de Estado americano, Antony Blinken, a Israel.

“A ideia de que vamos parar a guerra antes de alcançar todos os objetivos está fora de questão”, disse o mandatário israelense a familiares dos reféns sequestrados desde 7 de outubro pelo movimento islamista Hamas, no poder em Gaza.

Entraremos em Rafah e eliminaremos os batalhões do Hamas com ou sem acordo (de trégua), para alcançar a vitória total”, acrescentou.

Netanyahu considera indispensável invadir Rafah, no sul da Faixa, para eliminar o Hamas, considerado uma organização terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia, e liberar os reféns.

O Hamas deve responder a uma proposta israelense de trégua de 40 dias, com uma troca de reféns por presos palestinos em Israel. Blinken, em seu sétimo giro regional desde o início da guerra, disse na segunda-feira que esperava uma resposta favorável do grupo islamista ao que chamou de proposta “extraordinariamente generosa de Israel”.

Pedido de trégua

Uma delegação do Hamas voltou a Doha após se reunir no Cairo com representantes do Egito e Catar (que ao lado dos Estados Unidos mediam o conflito), e dará sua resposta à proposta de trégua “o mais rápido possível”, indicou à AFP uma fonte do movimento islamista.

Israel irá esperar essa resposta antes de decidir se envia uma delegação ao Egito, disse um alto funcionário israelense.

A proposta acontece após meses de bloqueio nas negociações indiretas.

Uma trégua de uma semana no fim de novembro permitiu a troca de 100 reféns por 240 presos palestinos. As autoridades israelenses calculam que 129 pessoas continuam em cativeiro em Gaza, das quais 34 teriam sido mortas. No ataque sem precedentes contra o sul de Israel, militantes do grupo islamita sequestraram mais de 200 pessoas e mataram 1.170, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses.

Em represália, Israel iniciou uma ofensiva contra o território para aniquilar o Hamas, que deixou 34.535 mortos, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território, governado desde 2007 pelo movimento islamista.

O Hamas exige um cessar-fogo permanente, antes de qualquer acordo sobre a libertação dos reféns, que Israel sempre rejeitou.

Colômbia rompe relações

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou que, a partir de quinta-feira, seu país romperá relações diplomáticas com Israel e chamou Netanyahu de “genocida”.

“Se a Palestina morrer, a humanidade morre”, disse o líder de esquerda em meio a gritos de apoio em uma praça central de Bogotá.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, foi rápido em responder, dizendo que Petro “prometeu recompensar os assassinos e estupradores do Hamas e hoje ele cumpriu” a promessa…

Ajuda humanitária

Além do bombardeio, os palestinos em Gaza estão sofrendo com a escassez de alimentos, pois a ajuda externa, rigidamente controlada por Israel, chega aos poucos, principalmente do Egito.

Blinken visitou Kerem Shalom, uma das passagens fronteiriças entre Gaza e Israel, onde dezenas de caminhões aguardam permissão para entrar no território palestino.

Os EUA estão construindo um cais flutuante na costa de Gaza para receber cargas, que deve começar a operar nesta quinta-feira (2).

A guerra também causou imensa destruição no estreito território, onde agora há mais escombros e ruínas a serem removidos do que na Ucrânia, que enfrenta uma invasão russa há mais de dois anos, disse uma da ONU em Genebra.

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