Sexta-feira, 17 de maio de 2024

Chuva em excesso afetam 114 cidades gaúchas. Defesa Civil já contabiliza dez mortos e 21 desaparecidos

Balanço atualizado no início da noite desta quarta-feira (1º) pela Defesa Civil Estadual ampliou para dez o número de mortos por causa das chuvas em excesso que atingem o Rio Grande do Sul nos últimos dias. Já os desaparecidos chegam a 21. A estatística também aponta 19.110 pessoas e 114 cidades (de um total de 497) afetadas por enchentes, enxurradas e outros transtornos. São 11 feridos, 3.416 desalojados e 1.072 encaminhados a abrigos.

Os óbitos ocorreram em oito cidades: Candelária (8), Encantado (6), Roca Sales (4), São Vendelino (2) e Salvador do Sul (1). Já as pessoas que continuam sendo alvo de buscas residem em Pavarema (2), Salvador do Sul (2), Pantano Grande (1), Itaara (1), Encantado (1), Segredo (1), Santa Maria (1), Santa Cruz do Sul (1).

No que se refere aos dois casos fatais na cidade de Paverama (Região Central do Estado), as vítimas são dois homens idosos, de 65 e 69 anos. Eles tentavam atravessar área alagada a bordo de um automóvel quando acabaram arrastados pela correnteza. O mesmo ocorreu com um homem de 62 anos em Segredo. Em Salvador do Sul e em Santa Maria, as vítimas morreram em um deslizamento de terra.

Há ainda o registro de uma morte por descarga elétrica, em Pantano Grande, que se trata de um homem de 59 anos. Nas outras localidades, as circunstâncias dos óbitos ainda estão sendo confirmadas.

Cenário de pessimismo

A situação deve se agravar nas próximas horas, devido à previsão de continuidade das chuvas. Em entrevista coletiva, o governador Eduardo Leite comparou a situação à tragédia de 2023 e alertou que este será o maior desastre climático já vivido no Rio Grande do Sul.

“Os números são imprecisos, à medida que vão aumentar muito. A crise está em curso. Vai ser pior do que o que aconteceu em setembro do ano passado, infelizmente. […] “Nós não teremos capacidade de fazer todos os resgates, porque está muito mais disperso nesse evento climático que a gente está vivenciando. E com dificuldades, porque ali as chuvas não cessam. O estado tem tido dificuldades para acessar as localidades”, declarou o tucano. Em 2023, o RS registrou 16 mortes em junho, 54 em setembro e mais 5 em novembro.

Leite fez um apelo urgente aos habitantes das áreas afetadas, destacando que as autoridades enfrentam grandes dificuldades para resgatar todos os pontos críticos. Ele ressaltou que a situação está se agravando e pode ser pior do que a registrada no ano anterior, quando ocorreram 75 mortes devido a eventos climáticos.

A situação é alarmante, com 114 municípios impactados e previsões de chuvas intensas nas próximas horas, elevando o risco de mais inundações e deslizamentos de terra. O governador também mencionou o risco de rompimento da barragem Quatorze de Julho, na Serra Gaúcha. Os municípios de Cotiporã, São Valentim, Santa Bárbara, Santa Teresa, Muçum deverão ser drasticamente afetados se isso acontecer.

(Marcello Campos)

 

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