Segunda-feira, 07 de outubro de 2024

Brasileiro que vendeu mansão em “bunker dos bilionários” processa corretor por ocultar que comprador era Jeff Bezos

O brasileiro que vendeu a Jeff Bezos uma mansão de 79 milhões de dólares (mais de R$ 446 milhões, na cotação atual) em Indian Creek, ilha artificial de Miami conhecida como “bunker dos bilionários”, entrou com um processo contra os corretores imobiliários responsáveis pela transação. O empresário Leo Kryss alega que os profissionais da Douglas Elliman ocultaram o fato de que o comprador da propriedade era o fundador da Amazon, um dos homens mais ricos do mundo, o que lhe teria custado até 6 milhões de dólares (R$ 33 milhões) na negociação, de acordo com o jornal Wall Street Journal.

O negócio foi divulgado em outubro do ano passado, com um “desconto” de 7,1% em relação ao preço de maio da propriedade, que era de 85 milhões de dólares. Bezos tem fortuna estimada em 197,1 bilhões de dólares (mais de R$ 1 trilhão), conforme o levantamento em tempo real da Forbes.

O brasileiro comprou a propriedade em 2014, por 28 milhões de dólares. Em maio passado, decidiu colocá-la à venda, por 85 milhões de dólares. No mês seguinte, soube que Bezos comprara a mansão ao lado, por 68 milhões de dólares. Quando enfim recebeu uma oferta, Leo Kryss perguntou aos corretores se ela vinha do fundador da Amazon.

Ainda segundo o WSJ, o cofundador da empresa brasileira de brinquedos e eletrônicos Tectoy alega à Justiça que o CEO da Douglas Elliman teria garantido a ele que Bezos não era o comprador interessado. De acordo com o processo, que corre num tribunal estadual da Flórida, Jay Parker telefonou pessoalmente para Kryss e disse que o potencial comprador não aceitaria pagar além de 79 milhões de dólares.

A venda foi conduzida por Dina Goldentayer e Danilo Tavares com a Douglas Elliman. Projetada em um estilo que “irradia glamour europeu atemporal”, a propriedade conta com aproximadamente 1.770 metros quadrados, de acordo com o anúncio, e inclui uma piscina, um teatro, uma biblioteca e uma adega.

Lenda viva

Aos 75 anos, Kryss ainda é considerado uma “lenda viva” em nichos de operadores do mercado, mas vem levando uma vida discreta com o patrimônio que formou. Kryss se mudou com a mulher e seus quadrigêmeos para Miami em 2013. Apesar da discrição de hoje em dia, Kryss já apareceu em episódios conturbados do mundo dos negócios.

Kryss nasceu na Alemanha, mas, desde o fim dos anos 1950, vive no Brasil, onde o pai fundou a fabricante de eletrônicos Evadin. A companhia, assumida por Kryss na década de 1970 após a morte do patriarca, foi uma das primeiras a se instalar na Zona Franca de Manaus.

A companhia montava, por exemplo, os televisores da marca Mitsubishi e os celulares da Motorola. O empresário chegou a ser premiado em Nova York como o “Homem do Ano” pela Câmara Americana de Comércio (Amcham), em 1996, ano em que a Evadin faturava 1 bilhão de dólares.

Kryss também se tornaria um dos principais sócios da fabricante de brinquedos Tec Toy. Ele vendeu o controle da Tec Toy cerca de três anos antes de a empresa, que se destacou entre as pioneiras do videogame, entrar em dificuldades financeiras e pedir concordata, em 1997.

Além do negócio de eletrônicos, Kryss controlava a holding financeira Grupo Tendência, que incluía gestora e banco. Nessa posição, ele se tornou um dos maiores especuladores da Bolsa brasileira nos anos 1980, travando duelo com o rival Naji Nahas. As informações são do jornal O Globo.

 

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