Sábado, 25 de janeiro de 2025

Brasileiros abrigados em escola na Faixa de Gaza devem ser deslocados para abrigo neste sábado

O grupo de brasileiros que tenta fugir da Faixa de Gaza e está em uma escola desde quinta-feira (12) deve ser levado a um novo abrigo neste sábado (14). Buscaram abrigo na escola 19 brasileiros, sendo 11 crianças.

Eles sairiam nesta sexta (13) com destino ao sul do território palestino, perto da fronteira com o Egito, mas o ônibus chegou atrasado devido a bombardeios de Israel.

Como viajar à noite é pouco seguro, a partida foi adiada. Serão 25 km até a cidade de Khan Yunis. O grupo será levado ao sul porque Israel determinou a retirada de civis do norte de Gaza. Conforme estimativas, o deslocamento envolveria mais de 1 milhão de pessoas. A Organização das Nações Unidas (ONU) e a União Europeia consideraram o prazo dado por Israel impossível de ser cumprido. O prazo se encerrou às 18h (horário de Brasília).

A jovem Shahed Al-Banna, de 18 anos, que está na escola, relatou na tarde desta sexta (noite em Gaza) que bombardeios atingiram locais próximos à escola. O grupo foi levado ao subsolo do prédio.

“Estou desesperada. A situação está difícil, todo mundo está com medo. As crianças estão chorando, estou muito desesperada. Eu estou na escola e a irmã da igreja reuniu com a gente e disse que a escola não é mais um lugar seguro. Não podemos mais ficar aqui. Eu não quero morrer, gente.”

Shahed, chegou nesta sexta junto com a irmã de 13 anos e a avó, de 64 anos. “Não tem ninguém ferido, mas a gente não pode mais ficar aqui. a gente vai deixar tudo, os alimentos, não vamos conseguir levar nada. Estou há seis dias sem dormir, eu estou tonta, não estou conseguindo mais pensar em nada, eu não sei o que fazer”, contou.

Shahed falou sobre o medo de sair de lá para o sul de Gaza.

“Quando eu falei com o embaixador, ele disse que ele tem dois ônibus para nos levar para o sul, que é onde os israelenses mandaram o povo daqui, e todo mundo está indo para lá. O caminho até lá é muito perigoso. Todo mundo está procurando um lugar no sul pra ir, achar alguém que pode receber a gente daqui. Só que não tem ninguém porque todos da casa estão indo”, explicou.

O governo brasileiro já avisou a Israel que usava a escola como abrigo para seus cidadãos, mas não houve resposta sobre o pedido para o local não ser bombardeado. O número de mortos no conflito passou de 3 mil. São cerca de 1.800 do lado palestino (metade são mulheres e crianças, segundo autoridades palestinas) e 1.300 do lado israelense.

 

 

 

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