Sexta-feira, 04 de julho de 2025

Candida auris: conheça o superfungo que fechou hospital em Pernambuco e gera alerta nos Estados Unidos

A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) confirmou a identificação de dois casos do superfungo Candida auris em pacientes internados no estado. O microrganismo tem motivado alertas das autoridades de saúde dos Estados Unidos por ser resistente aos medicamentos antifúngicos comuns e, por isso, apresentar uma alta letalidade. Estimativas apontam que de 30% a 60% dos contaminados morrem.

“Em 11/05/2023 a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) recebeu a notificação de caso confirmado laboratorialmente para Candida auris (C. auris) em um paciente internado no hospital Miguel Arraes localizado em Paulista-PE. Em 14/05 outro paciente foi confirmado no Hospital Tricentenário, em Olinda. Ambos são do sexo masculino com idades de 48 e 77 anos, respectivamente, internados nestas unidades devido a outras motivações”, diz nota técnica.

Na segunda-feira (22), o cenário levou a pasta a suspender novos atendimentos no Hospital Miguel Arraes para evitar a disseminação do fungo, disse a diretora-geral da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), Karla Baêta.

Foi também em Pernambuco que o Brasil registrou o maior surto de C. auris, segundo um trabalho recente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Foram 48 casos da doença identificados entre novembro de 2021 e fevereiro de 2022 na capital Recife, número mais alto desde que o fungo foi confirmado pela primeira vez no país, em dezembro de 2020, em Salvador, Bahia.

Na época, a Anvisa destacou que o fungo “representa uma grave ameaça à saúde global” já que algumas cepas “são resistentes a todas as três principais classes de fármacos antifúngicos e sua identificação requer métodos laboratoriais específicos, uma vez que C. auris pode ser facilmente confundida com outras espécies”.

Segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), os principais motivos para o fungo representar uma ameaça à saúde pública são:

Multirresistente

“O que significa que é resistente a vários antifúngicos comumente usados ​​para tratar infecções por Candida. Algumas cepas são resistentes a todas as três classes disponíveis de antifúngicos.”

Diagnóstico

“É difícil identificar com métodos laboratoriais padrão e pode ser identificado erroneamente em laboratórios sem tecnologia específica. A identificação incorreta pode levar a uma gestão inadequada.”

Alerta nos EUA

A C. auris foi descoberta no mundo 11 anos antes de chegar ao Brasil, em 2009, no Japão. A origem exata do fungo, porém, ainda é pouco conhecida. Pesquisadores atribuem o surgimento e a disseminação às mudanças climáticas e ao aquecimento global. Na maioria dos casos, ele acomete pessoas com sistemas imunológicos comprometidos, como idosos e imunossuprimidos, em ambientes hospitalares.

“O mecanismo de transmissão da C. auris dentro dos serviços de saúde ainda não é totalmente conhecido. No entanto, evidências iniciais sugerem que ela se dissemina no serviço de saúde por contato com superfícies ou equipamentos contaminados de quartos de pacientes colonizados/infectados, sendo, portanto, fundamental reforçar as medidas de prevenção e controle com ênfase na higiene das mãos e limpeza e desinfecção do ambiente e equipamentos”, diz o documento da SES-PE.

Nos Estados Unidos, o fungo foi identificado pela primeira vez em um hospital de Nova York, em 2016. Desde então, tem crescido de forma dramática, o que levou CDC a emitir um alerta, neste ano, sobre como a C. auris se espalhou em uma “taxa alarmante” durante a pandemia. Ao longo de 2021, foram 1.474 casos clínicos, um aumento de cerca de 200% em relação aos quase 500 casos em 2019.

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