Quinta-feira, 12 de setembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 7 de abril de 2024
O ex-deputado federal (cassado) e ex-chefe da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba criticou neste domingo (7) o que chamou de “crescente arbítrio judicial” no Brasil. “Se criou um ambiente de medo, porque não existe regra. A gente não vive mais o império das leis, mas de pessoas”, afirmou o ex-procurador da República na Brazil Conference.
“Esse é o ponto comum ente a Lava-jato e o que vemos hoje no STF. A Lava-Jato combateu um tipo de abusos e donos de poder que praticavam corrupção. Nós vemos hoje um outro tipo de abuso de poder, que é o arbítrio e o abuso judicial”, seguiu.
Pré-candidato à Prefeitura de Curitiba pelo Novo, Deltan participou do painel “Desafios e Perspectivas no Combate à Corrupção” elencando uma série de tópicos ligados “a destruição da Lava-Jato”. Ele destacou três “ondas de reação do sistema” à Operação: “a mudança de regras do jogo”; a “perseguição” dos agentes que buscaram combater a corrupção; e a anulação “casuística” de casos.
“O que está acontecendo é o que sempre aconteceu no Brasil. Elites extrativistas se uniram ao longo da história para roubar o Brasil, extrair riquezas, se proteger e a impunidade é só a cereja do bolo dessa extração de riqueza que gera um capitalismo de compadrio, que prejudica o desenvolvimento nacional. E quando elas se vem ameaçadas pela revelação dos escândalos de corrupção, essas pessoas ameaçadas mudam as regras do jogo e criam um fundo bilionário para elas possas perpetuar no poder”, indicou.
Nesse contexto, a avaliação de Deltan é que, hoje, a corrupção se uniu a um segundo problema, o “crescente arbítrio judicial”. O ex-procurador citou, por exemplo, o que considera “cerceamento de liberdade de expressão no conteúdo”. Para ele, “pessoas que deram opiniões foram restringidas no período eleitoral e não cabe à Justiça ‘sindicar opiniões’”. “Se criou um conceito de desordem informacional para tirar do ar um vídeo com informações verdadeiras”, sustentou.
Além disso, o ex-chefe da Lava-Jato apontou o suposto cerceamento de liberdade de expressão via meio de comunicação, com a derrubada de perfis em redes sociais. Para Deltan, a medida configura “censura prévia”: “Não tem previsão legal. É o equivalente a cortar a língua de uma pessoa”.