Quarta-feira, 19 de março de 2025

Direita “está ganhando disputa”, diz José Dirceu

Um dos homens fortes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e um dos fundadores do PT, José Dirceu defendeu reorganização do Partido dos Trabalhadores enquanto força política para fazer frente à direita no cenário polarizado vivido no Brasil. O ex-ministro-chefe da Casa Civil do petista ainda fez crítica velada à postura da líder nacional da sigla, Gleisi Hoffmann, sobre decisões tomadas por Fernando Haddad à frente do Ministério da Fazenda.

“Nesses anos, houve uma mudança social e cultural enorme por causa do neopentecostal, do fundamentalismo religioso, por causa da força dos partidos de direita. E nós recuamos, a esquerda como um todo” afirmou Dirceu, em entrevista ao podcast Pod13 — PT Bahia, compartilhada no último sábado (13).

“Hoje, o País está muito politizado, e a direita está ganhando essa disputa político-eleitoral”, completou.

Na avaliação do ex-dirigente petista, a prioridade da legenda deve ser a reorganização do partido para retomar a expressão política que teria se perdido nos últimos anos. E esse movimento, para Dirceu, deve vir também da sustentação dada ao governo pelo PT, sobretudo em medidas anunciadas e defendidas pela gestão Lula, tecendo crítica indireta a Gleisi.

“Discutir, debater dentro da bancada, dentro do ministério, dentro do partido e com o governo, tudo bem. Mas quando o governo apresenta uma política, nosso papel é apoiar. No caso do Haddad, é quase uma covardia nós não darmos apoio total a ele para todas as medidas que ele queria, porque transformam o déficit zero em um mal menor.”

Desde o começo do terceiro governo Lula, a presidente do PT já questionou medidas divulgadas e endossadas pelo ministro da Fazenda. Em episódio mais recente, em dezembro do ano passado, os dois divergiram quanto à necessidade de déficit fiscal para o crescimento econômico. Enquanto Gleisi foi na contramão de Haddad e criticou a meta de déficit zero, uma das principais bandeiras do ministro, o chefe da Fzenda afirmou que não há uma relação direta entre o déficit e o crescimento do PIB.

Em abril, ela criticou o alto escalão de Haddad por alterações no piso de gastos com saúde e educação, defendidos à época pelo secretário do Tesouro, Rogério Ceron. Em entrevista, Gleisi afirmou que Haddad “nunca falou sobre isso conosco”, fazendo referência ao integrante da equipe econômica, e disse esperar que “o debate não seja encaminhado dessa forma”.

 

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