Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Disputa entre Bolsonaro e STF virou “briga de rua”

Candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL) deveria enfrentar opositores interessados em seu cargo lembrando, por exemplo, a folha corrida do líder nas pesquisas, que inclui prisão por corrupção, e outros crimes graves ainda impunes. Mas o presidente acha que os adversários não estão nos palanques e sim nas sedes do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral. Essa disputa virou briga de rua. Nesta terça-feira (2) ele xingou de “mentiroso” o ministro Luis Roberto Barroso.

Reação agressiva
A declaração agressiva foi resposta ao próprio Barroso, que deu um jeito de chamar o presidente de mentiroso sem citar o seu nome.

Insulto com floreios
A diferença é que Bolsonaro ignora os caminhos da sutileza, enquanto os rivais no STF/TSE são mestres na arte de ofender floreando as palavras.

Guerra preocupante
Enquanto os brasileiros assistem perplexos a essa guerra particular sem quartéis, desnecessária e preocupante, as instituições se desmoralizam.

Resumo da ópera
O Brasil tem um presidente frontal, desprovido de superego, brigando com ministros pouco afetos ao exercício da isenção e da temperança.

A 60 dias, eleição é incógnita até para especialistas
A exatos 60 dias da eleição, nem mesmo os institutos de pesquisa e “especialistas” conseguem concordar sobre o eventual resultado da votação para presidente da República. Nos últimos dias foram publicadas estimativas bem distantes. O instituto Paraná Pesquisas avalia que Lula (PT) tem 4,6 pontos percentuais de vantagem sobre Jair Bolsonaro (41,1% a 36,5%), enquanto o Datafolha, sempre generoso com o petista, aposta 18 pontos de diferença, com impressionantes 47% a 29%.

Qual a verdade?
Levando em conta as margens de erro dos institutos, o cenário pode ser de fácil vitória petista no primeiro turno ou empate e corrida acirrada.

Bem distantes
O Datafolha tem margem de erro de 2%, o Paraná, de 2,2%. Ou seja, cenários vão de 49% a 27% ou empate técnico de 38,9% a 38,7%.

Chute é chute
A pesquisa FSB paga pelo BTG, do dia 24, aponta 44% de Lula e 31% de Bolsonaro. Pesquisa Modal/Futura do dia seguinte deu 40% a 38%.

Ataque a todos
O cientista político Ismael Almeida disse que o ministro Edson Fachin, ao não citar Bolsonaro em suas críticas, “agrediu qualquer cidadão que ouse questionar o TSE ou as sacrossantas máquinas de votar”.

Poucos dias
O “Manifesto à Nação Brasileira” passou das 745 mil assinaturas até ontem (2). O texto, lançado no último dia 28, declara apoio ao presidente Jair Bolsonaro, à liberdade e contra a “ditadura do pensamento único”.

Demagogia é livre
Proposta lacradora da deputada Tabata Amaral (PSB-SP), sem citar de onde sairá o dinheiro, obriga o IBGE a atualizar anualmente dados sobre pretos, pardos, indígenas e deficientes. Quer tornar o Censo anual.

Papo reto
Neto de João Goulart, Cristopher Goulart rebateu o petista Tarso Genro, que acusou o PDT de “trair seus ideais”. “Patético. O trabalhismo de Jango, Getúlio e Brizola nunca flertou com radicalismos”, disse.

Posse no STM
O ministro e general Lúcio Mário de Barros Góes assumirá a presidência do Superior Tribunal Militar nesta quarta (3). O presidente Jair Bolsonaro é aguardado na mais antiga corte superior do País, para o evento.

Quase uma súplica
Presidente da associação da indústria têxtil (ABIT), Fernando Pimentel voltou a defender o fim das altas na Selic. Segundo ele, o problema é de oferta “contra o qual juros não são um remédio de grande eficiência”.

Devagar se vai longe
Os brasileiros seguem investindo na geração de energia fotovoltaica ou solar. O resultado é que a geração distribuída, como também é chamada, é responsável hoje por 4,3% da energia consumida no Brasil.

Efeito colateral
O Censo 2022 vai mostrar o tamanho do problema em um país vizinho, a Venezuela. A ONU fechou um acordo com o IBGE para levantar quantos são e a qual a situação dos refugiados venezuelanos no Brasil.

Pensando bem…
…o mar de rosas não tinha pétalas, só os espinhos.

PODER SEM PUDOR
Mineirice explícita
Ainda eram confusas as informações sobre o golpe militar quando, naquele 31 de março de 1964, o lendário José Maria Alkmin encontrou Benedito Valadares no aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte. “Vai para onde, Alkmin?”, perguntou Valadares. “Para Brasília”, respondeu a raposa mineira. “Ah, sei.” Benedito abraçou Olavo Drummond, que assistia a conversa, e cochichou: “Ele diz que vai para Brasília para eu pensar que ele vai pro Rio. Mas ele vai é para Brasília mesmo…”

Com André Brito e Tiago Vasconcelos

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