Quinta-feira, 05 de dezembro de 2024

Entenda a situação no Peru e os motivos que levaram à anulação do toque de recolher

A tensão em Lima, capital do Peru, ainda não diminuiu. Pelo menos nove estradas peruanas continuavam bloqueadas nesta quarta-feira (6), resultado da greve dos caminhoneiros, informou a Polícia Nacional em sua conta no Twitter.

As autoridades também disseram que, devido aos distúrbios de terça (5), há cerca de 18 detidos que vão ser denunciados pela eventual prática de crimes “contra a tranquilidade pública”.

O descontentamento social com o estado de emergência, uma medida amplamente impopular no Peru, provocou fortes protestos na capital Lima, levando o presidente Pedro Castillo a revogar o toque de recolher e o estado de emergência.

“O Peru não está passando por um bom momento, mas temos que resolvê-lo com os poderes do Estado”, disse Castillo ao deixar o Congresso, onde se reuniu com a mesa parlamentar “para articular medidas em benefício dos peruanos”.

Enquanto o presidente se dirigia a jornalistas anunciando o fim de sua medida impopular, uma multidão protestava e tentava chegar ao Congresso, fazendo com que a polícia tivesse que intervir.

A Polícia Nacional do Peru também informou a morte de uma pessoa durante os protestos em Ica, região litorânea ao sul do país. “Pedimos aos manifestantes que não gerem mais atos de violência que ameacem o direito à vida, à propriedade pública e privada e ao livre trânsito pelo território nacional”, disseram em um tuíte.

Na noite anterior, eles se referiram à morte de um jovem de 18 anos que aparentemente aconteceu no contexto dos protestos em Huánuco. Em comunicado, a polícia informou que um grupo de pessoas transferiu o corpo para o Centro de Saúde do Ambo. A instituição informou que um representante do hospital disse que a morte ocorreu em decorrência de edema cerebral.

Os policiais ordenaram que técnicos especializados iniciassem as investigações em coordenação com um perito forense do Ministério Público para determinar a causa da morte.

O estado de emergência e o polêmico decreto de ordem de “imobilidade” no Peru não caiu bem entre os peruanos, levando a manifestações em Lima. Do Congresso do Peru, pouco depois, o presidente Castillo anunciou a revogação da referida ordem, que, entre outras coisas, incluía o toque de recolher.

“Devo anunciar que a partir de agora vamos anular essa imobilidade que corresponde a pedir a tranquilidade do povo peruano”, disse Castillo em reunião com a diretoria do Congresso.

Apesar da medida do toque de recolher, centenas de manifestantes foram às ruas de Lima para pedir a renúncia do presidente.

Os confrontos eclodiram à tarde, quando a tropa de choque usou gás lacrimogêneo para dispersar a multidão e manifestantes atiraram pedras nas janelas de um prédio usado pelo judiciário peruano.

O ministro do Interior do Peru, Alfonso Chávarry, informou que havia 18 detidos por “roubo e vandalismo” no âmbito dos protestos.

Enquanto isso, Castillo pediu calma entre os peruanos e pediu aos que bloqueiam rodovias, em uma greve de caminhoneiros que começou em 28 de março devido ao aumento dos preços dos combustíveis, a não “aproveitar” um direito constitucional de gerar violência.

O Ministério do Interior peruano pediu que os manifestantes protestem sem necessidade de recorrer à violência, “sem perturbar a ordem pública e no estrito respeito pela propriedade pública e privada, mas sobretudo pela integridade e pela vida humana”, segundo um comunicado no Twitter.

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