Terça-feira, 03 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 21 de abril de 2022
Um tribunal russo condenou o Google, nesta quinta-feira (21), a pagar uma multa de mais de 126 mil euros (cerca de R$ 634 mil) por não remover conteúdo “proibido” sobre a ofensiva do país na Ucrânia.
O serviço de imprensa dos tribunais de Moscou especificou em sua conta do Telegram que o Google foi condenado após duas ações diferentes movidas pelo regulador de telecomunicações Roskomnadzor, já que a gigante da internet não suprimiu conteúdo considerado ilegal na Rússia.
O Google é acusado de postar no YouTube um vídeo mostrando uma suposta conversa entre militares russos e seus parentes, na qual eles reclamam das perdas humanas significativas em suas fileiras militares, informaram agências russas.
Outro vídeo descrito como ilegal continha ligações do grupo radical ucraniano Pravy Sektor para organizar ataques e atos de sabotagem em território russo, segundo essas agências.
A Rússia prometeu, no início de abril, uma retaliação após o fechamento da conta do canal da Câmara Baixa russa no YouTube. Além disso, contas de vários meios de comunicação pró-Kremlin e altos funcionários russos também foram bloqueadas.
Em março, o Roskomnadzor acusou o Google e o YouTube de atividades “terroristas” delineando a possibilidade de bloquear esses sites na Rússia, uma medida que foi aplicada ao Twitter, Instagram e várias mídias independentes desde que começara a guerra na Ucrânia.
Netflix
Quem também está na mira dos russos é a Netflix. Assinantes do serviço de streaming na Rússia entraram com um processo coletivo contra a empresa recentemente após a suspensão do serviço no país.
A decisão da plataforma também veio após a invasão à Ucrânia e a saída em massa de diversas companhias da Rússia, que devido às sanções econômicas aplicadas pelo ocidente, deixaram de atuar comercialmente na região.
Antes da suspensão da operação no país, a plataforma já havia anunciado a paralisação de futuros projetos e aquisições no território russo. Tal medida afeta, inclusive, algumas produções originais que estavam em andamento, como uma série policial cuja filmagem precisou ser interrompida.
Presente por lá desde 2016, a Netflix possui cerca de 1 milhão de assinantes na Rússia, conforme a publicação, quantidade considerada pequena diante dos 222 milhões de usuários pagos do serviço em todo o mundo. A operação local do streaming é feita em parceria com o National Media Group.
Diversas outras grandes companhias cortaram laços com a Rússia recentemente. A Apple, por exemplo, suspendeu vendas e exportações de produtos, removeu apps de agências de notícias estatais do país da App Store e limitou o funcionamento da sua carteira digital para os usuários russos.
Microsoft, Dell, Samsung e Google, entre outras, tomaram medidas semelhantes às da Maçã, bloqueando temporariamente os negócios com o país comandado por Putin. Já o TikTok interrompeu novos uploads de vídeos feitos por usuários russos, bem como as transmissões ao vivo.