Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Guerra das prévias do PSDB: Aécio Neves sobe ao palanque de Eduardo Leite

Na movimentada disputa entre João Doria e Eduardo Leite pela vitória nas prévias tucanas para escolher o candidato do partido ao Palácio do Planalto, o apoio do deputado mineiro Aécio Neves ao governador gaúcho ocorreu de forma mais discreta no começo da campanha.

Nas primeiras movimentações, correligionários de Doria apontaram digitais de homens de confiança de Aécio nas andanças de Leite. Em setembro, num ato bem mais explícito de apoio, o PSDB mineiro, controlado por Aécio, formalizou a preferência por Leite. Na última semana, em evento realizado em Belo Horizonte, foi a vez do próprio Aécio aparecer no palanque ao lado do governador gaúcho. Em discurso, Leite agradeceu a presença do político e disse que ele deixou um legado para Minas Gerais, na “superação de desafios e de problemas, com choque de gestão”.

A opinião do governador gaúcho mudou bastante em relação a Aécio Neves. Em 2017, recém-empossado como presidente do diretório estadual do PSDB gaúcho, Leite declarou numa entrevista que se recusava a subir no mesmo palanque de Aécio (na época, o mineiro era o presidente nacional do partido).

“Eu acho que o senador Aécio Neves erra na condução do partido por não ter deixado definitivamente a presidência”, afirmou Leite. Na época, os tucanos ficaram divididos sobre o que fazer para evitar que as denúncias envolvendo Aécio respingassem na sigla.

De acordo com os apoiadores de Doria, Aécio trabalha agora nas prévias por interesses próprios para tentar tirar da campanha presidencial o governador paulista e transformar Leite em um vice em alguma chapa de centro, incluindo a de Ciro Gomes. A explicação: sem um tucano como cabeça de chapa, o partido pode concentrar a verba do fundo eleitoral nas candidaturas a governador, senador e deputados, o que agrada mais ao projeto de Aécio (e o ajuda na campanha à reeleição no Congresso, fundamental para lhe garantir a continuidade da imunidade parlamentar). Leite vem negando de forma veemente que toparia ser vice de alguma outra chapa e atribui os rumores a intrigas da “turma paulista”.

Histórico

Eduardo Figueiredo Cavalheiro Leite é bacharel em direito e atual governador do Rio Grande do Sul, cargo que exerce desde janeiro de 2019. Anteriormente, foi prefeito de Pelotas de 2013 a 2017, cidade onde também foi vereador.

Leite iniciou sua carreira política no movimento estudantil, como presidente do Grêmio Estudantil de sua escola. Graduado pela Faculdade de Direito da UFPel, filiou-se ao PSDB e concorreu a vereador em 2004, sem obter êxito.

Logo depois, integrou na administração municipal, primeiro como assessor e secretário interino e depois como chefe de gabinete nos governos de Bernardo de Souza e Fetter Júnior. Em 2008, elegeu-se vereador e presidiu a Câmara Municipal de 2011 a 2013.

Após alcançar a suplência para a Assembleia Legislativa na eleição de 2010, Leite foi eleito prefeito de Pelotas em 2012, permanecendo no cargo durante quatro anos e sendo sucedido por Paula Mascarenhas, sua vice-prefeita.

Na eleição de 2018, elegeu-se governador do Rio Grande do Sul no segundo turno com 53% dos votos válidos, derrotando o então governador José Ivo Sartori. Tornou-se assim um dos governantes mais jovens da história do Estado e o primeiro governador brasileiro abertamente homossexual.

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