Quinta-feira, 28 de março de 2024

Mais de 80% das pessoas são favoráveis à vacina contra o coronavírus

Mais de 80% do total de participantes de um estudo conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) sobre a intenção de imunização contra a covid-19 pretendia se vacinar contra a doença. Ainda de acordo com fundação, mais da metade do total do universo de pesquisados no levantamento tinham tido membro da família ou vitimado pela enfermidade ou internado pela doença.

Ao detalhar o estudo, a fundação informou, em comunicado, que a pesquisa foi realizada pelo Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira da Fiocruz (IFF/Fiocruz). Realizado de forma on-line e denominado “Estudo Trend” entre 22 a 29 de janeiro de 2021, o levantamento contou com 173.178 participações voluntárias e anônimas de adultos residentes no Brasil, com análise de dados sociodemográficos e epidemiológicos, informou a entidade.

Hesitantes

O estudo definiu indivíduos hesitantes com a vacina como aqueles que não pretendiam ser vacinados; aqueles que não tinham certeza; e aqueles que apenas concordariam em ser vacinados dependendo da vacina usada. O formulário da pesquisa foi composto por 27 questões fechadas e 3 questões abertas.

Com esse universo da pesquisa delimitado, a Fiocruz informou que, do total de pesquisados, a grande maioria, 150.845, ou 89,5% do total, pretendia se vacinar, ou já havia sido vacinada (4.083). No entendimento da Fiocruz, os resultados evidenciam que, “apesar do contexto político, do movimento antivacina e da proliferação de opiniões polêmicas nas redes sociais, um número expressivo de participantes da pesquisa pretendia se vacinar”, pontuaram os pesquisadores.

A Fiocruz informou ainda que a hesitação para se vacinar foi observada em 10,5% do total de pesquisados (18.250). Desse total receoso para se imunizar, 6,7% (ou 11.575) apenas concordariam em ser vacinados dependendo da vacina que estava disponível; 2,5% (4.401) não pretendiam ser vacinados, e 1,3% (2.274) estavam inseguros, demonstrando um potencial ainda maior de adesão à conscientização.

Um outro aspecto em relação à hesitação vacinal foi o fato de que, entre os pesquisados, havia interesse em saber qual país a vacina se originava. O país de origem da vacina foi relatado como fator na decisão de vacinação por 33.333 participantes — sendo que a eficácia da vacina foi relatada como um fator importante na decisão de vacinação por 13.407 participantes, ou seja, um volume menor.

Além disso, a Fiocruz informou que, do total de pesquisados, 24.196 participantes (14%) relataram ter tido diagnóstico positivo para covid-19; e 103.225 (ou 59,6%) relataram que um membro da família havia falecido ou sido internado na UTI por conta da doença.

No comunicado sobre a pesquisa, a imunologista e pesquisadora clínica da Unidade de Pacientes Graves (UPG) do IFF/Fiocruz, Daniella Moore, uma das realizadoras do estudo, comentou sobre a importância do tema.

“A covid-19 afetou o mundo inteiro e a vacina surgiu como uma fonte de esperança para o retorno à vida normal. Ainda assim, vários países relataram altas taxas de hesitação à vacina. Por isso, é importante conhecer o perfil de hesitação vacinal no Brasil para auxiliar no desenho de estratégias de comunicação adequadas”, comentou ela.

Homens mais hesitantes

A pesquisadora informou ainda que, no estudo, a hesitação vacinal foi observada de forma mais intensa entre os homens. “Isso é relevante no contexto da covid-19, uma vez que os homens apresentam maior risco de evolução clínica grave, indicando que as campanhas também devem focar nesse gênero mais hesitante à vacina”, acrescentou.

Também foram mencionadas, na pesquisa, as vacinas com maior confiança entre os pesquisados, que foram Covishield (AZD1222, Oxford-AstraZeneca/Fiocruz), sendo lembrada por 80,13% do total de investigados, Coronavac (Sinovac Life Sciences, Pequim, China/Butantan Institute), com 76,36%, Pfizer/BioNTech (70,6%), Moderna (59,58%), Sputnik (45,86%) e Covaxin (42,34%).

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